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A tática do elefante na sala

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Primeiro foi um helicóptero pertencente a “políticos” encontrado com vários quilos de droga. Porque foi assim que foi tratado o assunto pela grande mídia (“Helicóptero não é cueca”, editorial da Edição 518). E, nesta semana, entre longas matérias sobre os destinos dos já encarcerados mensaleiros, enfoques inusitados sobre a conduta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Isso porque, ao receber documentos que indicariam a formação de um cartel nas licitações do Metrô paulista, Cardozo encaminhou o material à Polícia Federal. Alguns reclamam que deveria ter sido encaminhado à Procuradoria Geral; outros veem alguma relação entre a atitude do ministro e o fato do escândalo chegar a público.

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Semana foi marcada por enfoques inusitados sobre a conduta do Ministro da Justiça

Alguns déspotas ao longo da história são acusados de mandarem matar os mensageiros que lhes traziam más notícias. Como se, ao apagar o meio, a mensagem se desfizesse. Age assim uma parcela da mídia que amplifica o movimento que cobra a cabeça de Cardozo por ter deflagrado a investigação daquele que pode vir a ser um dos maiores escândalos de toda a história do país.
A parte empresarial do escândalo – a existência do cartel de empresas – já foi inclusive admitida pela Siemens, uma das participantes. O que é apurado neste momento é se estavam envolvidos no esquema altos funcionários e servidores ligados ao PSDB, em todos os governos do Estado de São Paulo, desde a gestão Mário Covas.

Inverte-se totalmente o foco da questão. A apuração teria que ser feita de qualquer forma, pela Procuradoria e pela PF, como de fato esta ocorrendo. Mas ainda há quem insista na estratégia de colocar o elefante na sala. A atitude é, no mínimo, suspeita. O problema é que, em algum momento, o elefante terá de sair e o assunto principal voltará ao foco. A dúvida é o quanto esse emaranhado de más notícias refletirá em 2014.

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