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Editorial: Trabalhadores ultraflexíveis

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Editorial: Governo precisa ouvir os trabalhadores

O título acima é o mesmo de uma reportagem publicada no site do jornal El País em 2015. Recomendamos que o leitor confira a matéria para ter uma noção do caminho para onde o governo Temer e aliados querem levar os direitos trabalhistas com a reforma colocada em pauta.

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A matéria do El País mostra a situação de trabalhadores do Reino Unido que não têm a mínima garantia de direitos, que literalmente vivem para trabalhar.

Eles ficam à disposição da empresa, só trabalham quando são chamados e só recebem pelas horas trabalhadas, o que pode render menos de um salário mínimo por mês.

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Um dos personagens da reportagem havia trabalhado algumas horas pela manhã e perambulava em volta da empresa na expectativa de ser chamado novamente no fim do dia.

No Brasil, um dos pontos da reforma trabalhista é o trabalho intermitente. Menos radical do que o modelo citado acima, do Reino Unido, a proposta permite que o trabalhador seja convocado para o trabalho três dias antes, recebendo proporcionalmente às horas trabalhadas. Ou seja, adeus rotina, adeus planejamento de vida.

Também são propostas na reforma redução no intervalo para almoço, fracionamento de férias em três vezes e impedimento de o trabalhador entrar na Justiça depois de assinar a rescisão contratual.

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Os defensores das mudanças dizem que elas vão “modernizar” a legislação trabalhista e gerar empregos. Mas boa parte dos tais empregos gerados seriam de contratados nas regras atuais que seriam demitidos para serem admitidos na nova legislação.

Importante também refletir até onde vai a ideia de “modernização” e o tipo de emprego que os apoiadores da reforma trabalhista defendem para o trabalhador brasileiro. Afinal, imagina quantos “empregos” seriam gerados se o pagamento fosse só um prato de comida.

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