Início Trabalho Presidente da Confederação dos Metalúrgicos confirma plano para greve geral em abril

Presidente da Confederação dos Metalúrgicos confirma plano para greve geral em abril

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Jorge Nazareno, reeleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, discursa na posse da nova diretoria
Jorge Nazareno, reeleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, discursa na posse da nova diretoria

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Durante a solenidade de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, na noite da última sexta-feira, 24, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, ambos ligados à Força Sindical, Miguel Torres, confirmou que as centrais discutem a realização de uma greve geral no país para o mês de abril.

Segundo ele, em reunião realizada ontem em São Paulo, para discutir formas de protestar e pressionar governo e parlamentares para impedir a condução das reformas trabalhista e previdenciária, as centrais definiram a data de 28 de abril como indicativa do movimento. “Alguns sindicatos pode ser que façam o movimento de outra forma, mas nós temos as condições para deflagrar uma greve geral”, disse.

O anúncio aconteceu na véspera de tornar-se pública uma reunião que teria sido mantida pelo deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulinho da Força (Solidariedade), o presidente Michel Temer e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. Segundo divulgou o jornal Folha de São Paulo de hoje, no encontro ocorrido na terça-feira, 21, Paulinho teria proposto diminuir a intensidade da luta contra as Reformas caso o governo revise a legislação para garantir o financiamento dos sindicatos. Força, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central se alinhariam com a proposta, afirma a matéria.

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Em nota conjunta na manhã de hoje, a Força Sindical e a UGT negaram haver essa negociação.

“Reafirmamos nosso posicionamento de lutar por mais direitos e de negociar mudanças nas propostas das reformas citadas acima de modo a gerar benefícios, ou mesmo, diminuição do impacto negativo das medidas propostas pelo governo sobre os trabalhadores”, diz a nota. O texto concluí afirmando que “são frentes de lutas de diferentes temas e reafirmamos que não há nenhum conchavo de troca, ou mesmo barganha, entre os temas em debate”.

Na próxima segunda-feira, as seis centrais sindicais irão se reunir em São Paulo para definir as estratégias de luta, incluindo pressões sobre os deputados, datas de atos, a greve geral e uma marcha para Brasília.

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“Não vai reduzir o emprego nem melhorar a economia”

Reempossado presidente dos Metalúrgicos de Osasco, Jorge Nazareno, o Jorginho, também falou sobre o tema. “Ela [a reforma trabalhista] pode até ser sancionada pelo Presidente da República, mas nós vamos nos organizar e daremos um rotundo não à terceirização. Ela vai precarizar o emprego, não vai reduzir o desemprego nem vai melhorar a economia. Muitos empresários sabem disso e estão conosco. Vamos ter que ir à luta e partir para a organização no local de trabalho para reverter essa situação”.

Jorginho criticou ainda ações de uma parte dos representantes do Ministério Público do Trabalho que, segundo ele, tem reiteradamente adotado posturas antisindicais. “Destruir os sindicatos, asfixiar os sindicatos economicamente, pra que? Pra voltar a um tempo de barbárie e desproteção dos trabalhadores?”, questionou. Ele referiu-se a dificuldades que vários sindicatos têm reclamado, como interditos proibitórios que impedem as entidades de se aproximarem dos trabalhadores em movimentos nas fábricas e decisões contra o recolhimento da contribuição assistencial.

O sindicalista também mostrou preocupação com um processo de confronto nas ruas que as Reformas podem provocar. “O que acontece se você deixa os trabalhadores sem saída, acuados? O retrocesso destas propostas vai fazer com que em um determinado momento esse tipo de reação possa aflorar”, ponderou.

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