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Hospital Municipal de Osasco otimiza sistema de classificação de risco

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Prefeitura de Osasco volta a tentar “gestão compartilhada” / Foto: Rodrigo Petterson

Sob gestão da Fundação do ABC desde o final de abril, o Hospital Municipal Central de Osasco Antonio Giglio acaba de implantar novo modelo de atendimento para casos de urgência e emergência. Trata-se do Protocolo de Man­chester, sistema internacional usado para classificar os usuários de acordo com a gravidade do quadro clínico. Agora, quanto mais crítico o estado de saúde do paciente, mais rapidamente ele receberá assistência, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde.

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Hospital está sob gestão da Fundação do ABC desde o fim de abril / Foto: Filipe Nunes
Hospital está sob gestão da Fundação do ABC desde o fim de abril / Foto: Filipe Nunes

O novo sistema de classificação de risco já está em funcionamento tanto no pronto-socorro adulto quanto no infantil. Considerada ação prioritária pela nova Diretoria do hospital, a medida visa garantir que pacientes em sofrimento intenso, com risco de morrer ou com quadro clínico agravado sejam atendidos primeiro. Além da otimização do serviço, a novidade aumenta a confiança do paciente em relação à assistência, pois garante o atendimento imediato aos casos graves, com parâmetros de atenção bem estabelecidos e maior segurança para as equipes de urgência e emergência.

Os pacientes que chegam ao pronto-socorro passam por avaliação prévia com enfermeiros capacitados à aplicação do Protocolo de Man­chester. Nesse momento é feita a classificação do risco, que é separada por cores e tem cinco níveis de intensidade”, explica o superintendente do Hospital Central de Osasco -FUABC, Dr. Alessandro Neves.

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Casos classificados com a cor vermelha são gravíssimos e o atendimento é imediato. Em seguida, a prioridade é dos muito urgentes, de cor laranja, que sinaliza pacientes graves, com risco significativo e que devem ser as­sistidos o mais rápido possível. O terceiro nível é o das situações urgentes, de gravidade moderada e sem risco imediato, seguido pelos pouco urgentes (verde), que têm condições de aguardar atendimento, assim como os não urgentes (azul), que também podem esperar ou procurar uma Unidade Básica de Saúde.

É importante salientar que todos os casos que chegarem ao pronto-socorro continuarão a ser atendidos, independentemente da gravidade. Porém, com o Protocolo de Manchester, avançamos no sentido de organização das equipes assistenciais e na própria qualidade da assistência, ao identificarmos os casos mais complexos e que, de fato, precisam ter prioridade no atendimento”, acrescenta Alessandro Neves.

Hoje o Hospital Municipal Central de Osasco atende, em média, 700 pessoas diariamente. A partir de agora, a Fundação do ABC promoverá capacitações profissionais em diversas áreas da unidade, inclusive no PS, com treinamentos de novas equipes para o Protocolo de Manchester.

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Sistema está presente em 19 países

O Protocolo de Manchester foi criado pelo médico Kevin Mackway-Jones, que trabalhava num hospital de urgências e emergências na cidade inglesa de mesmo nome. Após se debru­çar sobre o perfil dos atendimentos e os índices de mortalidade de pacientes que davam entrada no serviço, ele entendeu que era preciso criar mecanismos de triagem.

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Na Inglaterra e em todo o mundo, o fenômeno se repetia: as unidades 24 horas estavam superlotadas e se tornaram inefi­cientes. Já não cumpriam sua vocação, que era assistir situações imprevistas com risco de morte ou agravo à saúde. Com a or­dem de chegada, era comum um usuário resfriado passar pelo médico antes de outro com dor torácica e chance de infarto. Daí a necessidade de reorganizar a fila e disciplinar a demanda.

 O método foi implementado em 1997 no Manchester Royal Infirmary e desde então é adotado por unidades de saúde de 19 países, com destaque para Portugal, que tem o sistema em quase 100% de sua rede.

 O protocolo se baseia em categorias de sinais e sintomas e pos­sui 52 fluxogramas, selecionados a partir das queixas apresentadas pelos pacientes. Cada um deles contém uma série de discrimina­dores, que vão orientar as perguntas objetivas feitas pela equipe de enfermagem e que permitem a determinação de prioridades.

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 Os critérios são os mesmos em todo o mundo, de modo que um paciente grave seja identificado tanto no interior da Su­écia quanto em Osasco, por exemplo. O livro que orienta a prática está na terceira edição. Um encontro anual é feito com representantes de diversas localidades para melhorar os fluxo­gramas e aumentar a exatidão da classificação de risco.