Tereza Cruvinel é jornalista. Publicado originalmente no portal Brasil 247
Tereza Cruvinel é jornalista. Publicado originalmente no portal Brasil 247

A lei orçamentária aprovada para 2017 previu um reajuste do salário-mínimo de R$ 880,00 para R$ 945,80, com base na inflação projetada de 7,5%.

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Como ela fechará menor, em 6,74%, o decreto de Temer, assinado ontem, fixando o novo valor, expurgou a diferença no índice.

Até ai tudo bem. Mas além desta adequação, o governo fez outro ajuste que levou ao encolhimento do valor do novo mínimo para R$ 937,00.

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A diferença de R$ 8,80 entre o valor aprovado pelo Congresso na lei orçamentária e o valor fixado por Temer deriva da queda na inflação e também de um expurgo retroativo, revelador da mesquinharia social do governo.

Trata-se de R$ 2,29, que seria, segundo o Ministério do Planejamento, “resultante da diferença entre o valor observado para o INPC em 2015 e a estimativa aplicada para o cálculo do reajuste do salário mínimo para 2016”.

Ou seja, o salário mínimo do ano que está acabando, fixado ainda pelo governo Dilma Rousseff, teria ficado R$ 2,29 maior do que o devido e agora o governo cobra a diferença.

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Pode ser legal mas é altamente anti-social valer-se de um suposto erro de cálculo passado, de exercício já findo, para dar uma “garfadinha” no rendimento dos mais pobres entre os mais pobres, os trabalhadores e os aposentados que recebem apenas um salário-mínimo.

A lei em vigor sobre o assunto, fixada pelo governo Lula, e que garantiu o maior crescimento real do salário mínimo desde sua criação, diz que a correção deve levar em conta a inflação e o crescimento do PIB no ano anterior, Como estamos numa recessão, com crescimento negativo, prevalece apenas a correção pela inflação.

Ou seja, nada de crescimento real. Também por isso são os mais pobres que estão pagando mais pela recessão de Temer e Meirelles.

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