Início Brasil 50 anos do Golpe: Osasco deve ter Comissão Municipal da Verdade

50 anos do Golpe: Osasco deve ter Comissão Municipal da Verdade

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09_CobrasmaLeandro Conceição

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Assim como já instaladas nos âmbitos federal e estadual, Osasco também deve instituir uma Comissão da Verdade para apurar violações de Direitos Humanos no município durante a ditadura militar.

Quem articula a criação da Comissão é o jornalista e professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Antonio Roberto Espinosa. Ele atuou na luta armada contra o regime, foi preso e torturado “com todas as práticas que você pode imaginar”.

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De acordo com Espinosa, já existe um anteprojeto da Comissão Municipal da Verdade. Ela teria cinco subcomissões: “para investigar locais em que aconteceram atentados aos Direitos Humanos em Osasco desde a emancipação, em 1962, até a Constituinte de 1988; para identificar locais; outra para identificar algozes; para identificar mortos e presos na cidade e entrevistar vítimas; e apurar as intervenções do poder federal no poder municipal”.

Entre as ações dos militares na cidade, a intervenção federal sofrida em 1966, na qual o então prefeito Hirant Sanazar e vereadores foram presos e perderam os mandatos. No lugar de Hirant, assumiu a Prefeitura o vice, Marino Pedro Nicoletti, apoiado pelos militares.

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Os trabalhos da Comissão durariam de 180 a 200 dias. Dele, sairia um relatório “que se agregue às comissões estadual e nacional (cujos trabalhos vão até dezembro)”. Além disso, o objetivo é fazer um livro e uma revista com as informações obtidas pela comissão e até criar um memorial na cidade sobre os anos de chumbo.
“Conversação e avaliação”
08_Greve-da-Cobrasma-Folha-A ideia tem o apoio do prefeito Jorge Lapas (PT) e do vice, Valmir Prascidelli (PT). “Estamos tentando ver como poderíamos colaborar com o processo de divulgação do que foi esse período obscuro da história brasileira. É importante que as pessoas conheçam o que ocorreu nessa época para não deixarem ocorrer novamente”, diz Prascidelli. “Muitos militantes de esquerda foram presos e torturados em nosso território”.

Segundo o vice-prefeito, a criação da Comissão municipal da Verdade “está em processo de conversação e avaliação”.

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