O anúncio da nova visita do Ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para a montagem de uma espécie de gabinete itinerante em Osasco, é um indicador importante. É uma amostra da força política do prefeito e presidente do Cioeste (Consórcio Intermunicipal) Jorge Lapas junto ao Ministério. É, também, uma demonstração da boa relação do petista com o aliado PSD (partido de Kassab). Mas também é um sinal preocupante, que expõe o abismo entre o tratamento destinado à região pelo governo federal e aquele destinado pelo governo Alckmin.
Nova visita expõe abismo entre o tratamento do governo federal e do governo Alckmin
Mesmo diante dos alegados efeitos da crise mundial que afetaram o país – além, claro, da crise política – o governo federal não apenas mantém os canais de diálogo com os municípios como, tal qual demonstra Kassab, amplia as oportunidades de ouvir as demandas da municipalidade e buscar parcerias. Em todos os municípios, dezenas de programas nas áreas da educação — incluindo a construção de creches e escolas do ensino fundamental — estão em andamento. O governo Dilma apoia, ainda, diversas empreitadas habitacionais, através do Minha Casa Minha Vida, e de saúde, com a construção de UPAs e Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Na outra ponta, Alckmin surpreende os prefeitos — e a população — com um programa de reorganização do ensino estadual, um eufemismo para o fechamento de várias unidades, sem consulta à população ou aos executivos municipais. E mais problemas, como a reforma interminável do Hospital Regional, única referência na região para o atendimento de alta complexidade, as duradouras obras do Corredor Oeste, ou o Metro de superfície que nunca chegou. Para os prefeitos, um tremendo abacaxi, porque, no final, caberá a eles, na maioria dos casos, o ônus de explicar a diferença entre estado e município na gestão (ou a culpa) de cada um desses programas.
