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A guerra psicológica do impeachment

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4-Muro - Ricardo StuckertCrise//  Governo e oposição apresentam seus números, enquanto espera-se um domingo de tensão nas ruas de todo o país

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À medida em que se aproxima o momento da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, marcado para este domingo, 17, governo e oposição divulgam números conflitantes na tentativa de manter a militância mobilizada. Com a saída do PP, PTB e PSD do governo durante a semana, a oposição afirma ter os 342 votos necessários para dar seguimento ao afastamento de Dilma, que prosseguiria ao Senado. Os líderes governistas, no entanto, garantem que há muitos deputados dissidentes nesses partidos e no PMDB e, por isso, haveria chance de atingir 172 votos e barrar o impeachment.

“É um jogo pesado e muito óbvio no qual não vamos cair. O grupo golpista, percebendo que conseguimos convencer a população das ameaças aos dispositivos constitucionais, encontrou agora essa nova forma de golpe, dando a entender que há uma grande maioria na Casa favorável ao impeachment. A contagem dos votos vai mostrar qual será o placar de domingo”, afirmou o deputado Sílvio Costa (PTdoB-PE). Já o líder do PT na Câmara, Afonso Florence, disse que ausências e abstenções vão contribuir para que a oposição não atinja os 342 votos.

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Nesta quinta-feira, governistas lançaram a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia, com 186 assinaturas de deputados. Não se sabe ao certo, porém, se todos vão manter a posição até o momento da votação.

“Placar do Impeachment” elaborado pelo jornal O Estado de S. Paulo dava 342 votos pró impeachment, 127 contra, 16 indecisos e 28 não quiseram responder na noite desta quinta-feira, 14. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, participou de evento com juristas pelo impeachment e disse que “acima dos partidos políticos, acima das conveniências eleitorais e partidárias de quem quer que seja, existe um Brasil democrático, sólido nas suas instituições e que vai vencer essa luta, e vai, com a força do povo e em respeito absoluto à Constituição, dar a si próprio uma nova chance”.

Espera-se um domingo tenso nas ruas. Em São Paulo estão marcadas manifestações pró-impeachment, na avenida Paulista, e contra, no Vale do Anhangabaú. Em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, um muro já está erguido para evitar confrontos e é visto como o símbolo da crise política que assola o país.

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