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A outra derrota vexatória

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Que esta semana ficará marcada para sempre na memória dos brasileiros ninguém duvida. Dá para enumerar pelo menos sete boas razões. Mas os paulistas têm uma razão a mais para lamentarem. Esta, no entanto, foi ofuscada pela vexatória derrota da Seleção Brasileira para a forte Alemanha. Nesta quinta-feira, dia 10, o volume útil do Sistema Cantareira virtualmente secou, segundo as informações liberadas pelo Grupo Técnico de Assessoramento para Gestão do Sistema Cantareira. O que faltava para o esgotamento completo do reservatório principal, apenas 0,2%, deveria ser consumido durante o dia.

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Na mesma semana, o volume de total do sistema atingiu preocupantes 18,7%, graças ao que resta do chamado volume morto, ou seja, os 182,5 bilhões de litros da reserva profunda colocada em uso há pouco mais de um mês.

“Agora a torcida é pela manutenção do fornecimento de água”

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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, já usou 26,4% desse volume. E não foi o bastante: também já redirecionou 48,22 bilhões de litros da reserva profunda das represas Jaguari e Jacareí, ambas na cidade de Joanópolis, no interior paulista.

É fato que São Paulo enfrenta a pior crise hídrica em 80 anos. Mas o estado está amargando uma derrota vexatória
para a mãe natureza por absoluta falta de planejamento. Tratava-se de uma crise previsível; anunciada até. E a resposta veio insuficiente: nenhuma das grandes obras de expansão que deveriam ter sido levadas a termo ao longo
dos últimos anos.

O governo paulista tem insistido em afastar qualquer possibilidade de rodízio de abastecimento até outubro. Mas agora a torcida pela manutenção do fornecimento de água deve substituir a torcida pelo hexa. Diante da armação tática deficitária organizada pelo governo, não há muito mais o que possa ser feito.

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