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Acidentes ferem gravemente um metalúrgico a cada 20 dias na região

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A cada 20 dias, um acidente fere gravemente um metalúrgico
A cada 20 dias, um acidente fere gravemente um metalúrgico (Foto: divulgação)

Um metalúrgico de Osasco e região morre ou é gravemente ferido a cada 20 dias. O dado alarmante é resultado de uma pesquisa apresentada na quarta-feira, 5, no primeiro encontro do 38º Ciclo de Debates, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região. O estudo levou em conta os 12 municípios que fazem parte da base territorial do Sindicato. O encontro aconteceu na sede da entidade, em Presidente Altino, Osasco.

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Na pesquisa, foram analisados 94 acidentes graves ou fatais ocorridos entre maio de 2010 e maio de 2016. A cada cinco acidentes, um leva a óbito. Segundo o Sindicato, todos os casos foram objeto de pedido de fiscalização ao Ministério do Trabalho. Para o Sindicato, os números poderiam ser menores se a ação dos fiscais fosse mais rápida

Em média, a fiscalização no local de trabalho só acontece 27 dias depois de registrado o acidente. O levantamento também mostrou que o relatório da ocorrência demora 151 dias para ficar pronto e um ano e três meses para chegar ao Sindicato. “Essa demora, com certeza, ajuda a explicar o alto número de acidentes porque há casos de reincidência”, analisa o secretário-geral do Sindicato, Gilberto Almazan.

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Após o cumprimento das medidas pela empresa, o fiscal elabora o relatório final do acidente, informando a conclusão de cada caso. A maior parte dos acidentes (23,4%), segundo a pesquisa, aconteceu por culpa do processo de trabalho em si, inseguro, ou equipamento inadequado. Apenas uma pequena parcela (1,1%) levou à conclusão de que a responsabilidade foi de um ato inseguro, por culpa do próprio trabalhador(os dados completos estão na tabela abaixo).

Percentual de acidentes segundo as causas descritas nos relatórios da fiscalização (Fonte: Ministério do Trabalho / Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco)
Percentual de acidentes segundo as causas descritas nos relatórios da fiscalização (Fonte: Ministério do Trabalho / Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco)

A pesquisa deverá ser encaminhada ao Ministério do Trabalho e demais órgãos competentes em busca de uma solução efetiva. “Há anos buscamos melhorar as condições de trabalho da Gerência Regional, que sofre com o déficit de fiscais. Ao mesmo tempo, não deixamos de denunciar o descaso com a saúde dos trabalhadores”, explica Gilberto.

Segundo ele, enquanto a solução não vem, os trabalhadores têm reduzidas as chances de buscar seus direitos na Justiça, devido à demora na conclusão do relatório, um dos documentos fundamentais para fazer prova na Justiça. O sindicalista ressalta que próprio INSS também perde, já que o relatório é usado para elaboração de ações regressivas. Com elas, o INSS poderia reaver junto às empresas os recursos pagos em benefícios por conta dos acidentes, já que 53,2% dos acidentes atingem as mãos, dedos e membros superiores, gerando pagamento de auxílios e outros benefícios.

Próximo encontro

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O próximo encontro do Ciclo de Debates acontecerá na quarta-feira, 12, na subsede do Sindicato em Barueri. Na atividade os metalúrgicos de Osasco e região vão receber informações sobre saúde mental, os impactos das reformas trabalhista e da Previdência na saúde do trabalhador e sobre os acidentes graves e fatais na categoria.

O evento será gratuito. Informações e inscrições pelo telefone (11) 4706-1443 ou 3651-7200 (ramal 7223).

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