Na tarde desta quinta-feira, 12, um grupo de estudantes ocupou a escola estadual Heloísa de Assumpção, no Km 18, em Osasco, para protestar contra a “reorganização” que o governo do estado, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou para a área do ensino.
Cerca de 20 alunos continuavam acampados no pátio da escola Heloísa de Assumpção dispostos a passar a noite no local nesta quinta-feira, 12, e prometiam manter a mobilização nesta sexta. A ocupação não deve impedir que as aulas ocorram. A polícia acompanhava o ato com viaturas na porta da escola na noite de quinta.
As mudanças do governo paulista no ensino vão levar ao fechamento de duas escolas em Osasco (Antonio Paiva de Sampaio e Guilherme de Oliveira Gomes), 94 em todo o estado. Além disso, em todo o estado, 311 mil alunos terão de mudar de escola e 1,4 milhão serão diretamente impactados.
Até a noite desta quinta, 12, eram pelo menos cinco escolas estaduais ocupadas por alunos em protesto contra a “reorganização” de Alckmin. As ocupações começaram na escola estadual Fernão Dias Paes, em Pinheiros, São Paulo, desde o início da semana. A mobilização teve registros de manifestantes agredidos por policiais.
Reintegração
Nesta quinta-feira, 12, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou reintegração de posse na escola Fernão Dias Paes. Os alunos têm até esta sexta-feira para deixar o colégio. “Preocupa-me a notícia de que o governo estadual pediu à Justiça a reintegração de posse. Isto significa que a Polícia Militar pode desocupar o local, utilizando inclusive a força física e outros meios”, afirmou a presidente do Sindicato dos Professores (Apeoesp), Maria Izabel Noronha.
“Em vez de diálogo, governo Alckmin manda policiais”
“Os alunos protestam contra a reorganização da rede. Em vez de diálogo, o governo envia policiais. Em vez de procurar entender as razões dos estudantes, professores e funcionários e rever seus planos, mostra-se intransigente e vai levar a ferro e fogo a tal reorganização adiante”, criticou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha.
A reorganização vai separar a maioria das escolas em unidades de ensino fundamental 1, para crianças do 1º ao 5º ano; ensino fundamental 2, do 6º ao 9º ano; e ensino médio. A Secretaria de Estado da Educação afirma que neste sábado haverão encontros para explicar a reorganização.