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Ana Luiza, candidata a senadora, defende fim do Senado

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Ana Luiza está em quarto lugar, com 3% das intenções de voto, segundo Datafolha / Foto: Leandro Conceição

Leandro Conceição

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A candidata do PSTU ao Senado, Ana Luiza, realizou atividades de campanha em Osasco na segunda-feira, 18. Em entrevista, ela falou sobre as principais bandeiras de seu partido. Uma delas é a extinção do Senado, “uma instituição conservadora, que não representa a população”.

 

“É desnecessário o papel do Senado, tinha que ser uma Câmara única”

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Para a candidata, “o Senado cumpre o papel de uma Casa revisora das votações da Câmara. É desnecessário o papel dele, tinha que ser uma Câmara única”.

Ana Luiza está em quarto lugar, com 3% das intenções de voto, segundo Datafolha / Foto: Leandro Conceição
Ana Luiza (centro), que tem 3% das intenções de voto, segundo Datafolha, durante campanha em Osasco / Foto: Leandro Conceição

 

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Ana Luiza defende ainda o financiamento público de campanhas políticas. “Hoje [com o financiamento privado] você não sabe quem vai ganhar a eleição, mas já sabe quem vai governar, porque quem ta pagando tem um peso muito grande nas decisões”.

Outra bandeira do PSTU é a reestatização de estatais privatizadas ou sob concessão. “Hoje uma empresa privatizada, não é só privatizada, passa a ser internacionalizada, desnacionalizada. Então é muito mais grave o ataque ao patrimônio público”, analisa.

“A gente está vendo a crise da água agora, com a Sabesp. A Sabesp tem uma parte do seu capital aplicado na Bolsa de Nova York. Vamos passar sede aqui, vai faltar água, mas os investidores, em Nova York, vão ter bastante lucro. Isso é gravíssimo”, exemplifica Ana Luiza.

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A candidata ao Senado pelo PSTU também critica a ação dos black blocs, que, diz, usam “uma tática equivocada”.

 

“Velha política”

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Sobre Marina Silva, candidata a presidência pelo PSB no lugar de Eduardo Campos – morto na semana passada em um acidente aéreo –  Ana Luiza avalia: “Está fazendo a nova cara de uma velha política”.

A candidata afirma ainda que sua principal bandeira é “a luta contra a opressão”. “Além dos problemas sociais, temos a questão de ser um dos países onde se mata mulheres a todo dia. Não existe o investimento numa política para conter a violência contra as mulheres”.

Ana Luiza está em quarto lugar, com 3% das intenções de voto ao Senado, segundo a última pesquisa Datafolha, atrás de José Serra (PSDB), que tem 33%, Eduardo Suplicy (PT), com 30%, e Gilberto Kassab (PSD), com 7%. Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

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Quais suas principais bandeiras para o Senado?

Nosso programa para o Brasil é construir um país para os trabalhadores, partindo das lutas, das greves, mobilizações da classe trabalhadora. Dentro dessa questão mais do Senado, o estado de São Paulo tem muitos recursos e não reverte esses recursos par a população.

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“Marina Silva está fazendo a nova cara de uma velha política de conciliação”

 

Por exemplo, aqui em Osasco há um problema grave na saúde, mesmo sendo uma cidade que tem uma das maiores arrecadações do estado, não dá aos trabalhadores condições de saúde e de direitos.

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E, dentro do Senado, do Congresso Nacional é onde se define orçamento. Mesmo que não se discuta a especificidade dos municípios, dos estados, mas define a parcela da Federação. Então, [a ideia é] inverter essa lógica, de que 40% vai para os juros da dívida, para pagamento da divida interna e da externa. Entendemos é que é preciso suspender esse pagamento da dívida, discutir isso e reverter essa situação para os trabalhadores.

Os trabalhadores e a juventude saíram às ruas em 2013 com essa pauta. Conseguiram, com a mobilização, impedir o reajuste da passagem, mas não era só por R$ 0,20. Era uma pauta grande de direitos reivindicados que até agora não foram garantidos.

Nossa candidatura tem a preocupação de fortalecer essa luta, pelos direitos dos trabalhadores e da juventude. 10% do PIB para a Educação, 10% do PIB para a Saúde, 2% para Transporte, o que permitiria que, pelo menos, pudesse reduzir as passagens e investir na reestatização dos transportes, expandir a malha ferroviária e o transporte rodoviário sair das mãos dessas máfias que dominam o transporte, que é uma concessão pública e hoje só servem para dar lucro aos empresários.

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“Tática dos black blocs prejudicou muitas ações nossas”

 

E, dentro do Senado, discutir o próprio papel do Senado, uma instituição conservadora, que não representa a população. O Senado cumpre o papel de uma Casa revisora das votações da Câmara. É desnecessário o papel dele, tinha que ser uma Câmara única. Achamos que ele deve deixar de existir e a gente se propõe a fazer esse debate.

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Tem também a questão dos salários dos senadores, dos deputados. É um acinte, um Congresso que vota um salário mínino de R$ 724, vota para os seus parlamentares R$ 26 mil, R$ 27 mil. E, além desse salário, eles têm diversas regalias.

Discutimos também o financiamento das campanhas. Somos contra o financiamento privado. Hoje [com o financiamento privado] você não sabe quem vai ganhar a eleição, mas já sabe quem vai governar, porque quem ta pagando tem um peso muito grande nas decisões.

 

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A senhora citou as mobilizações de 2013, mas o PSTU também foi hostilizado nas manifestações.

As pessoas não nos conhecem. Então, fizeram uma analogia com todos os demais partidos. Hoje já não existe mais polêmica conosco. No começo, houve uma generalização da política.

 

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Como a senhora vê a ação dos black blocs?

Consideramos que a tática que eles implementam é errada e prejudicou muitas ações nossas. Ter aquela atitude descolada, de quebrar um vidro, um caro, justificou a agressão policial. A polícia sempre nos agrediu. Ela estava sem um argumento para agredir os trabalhadores e eles [os black blocs] acabaram dando esse argumento. É uma tática equivocada, não concordamos com o método deles.

 

“Petrobras também tem que voltar a ser 100% estatal”

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Agora, a gente também não concorda que haja uma criminalização, de forjarem, de generalizarem, de a polícia acusar todo mundo de black bloc, ao mesmo tempo em que eles deixam de punir os corruptos das empresas do cartel do Metrô – inclusive as mesmas empresas que formaram o cartel do Metrô estão financiando a campanha [à reeleição do governador Geraldo] Alckmin.

 

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Uma das principais bandeiras do PSTU é a reestatização das empresas privatizadas ou sob concessão. Em uma economia globalizada, é possível fazer isso sem gerar caos na economia?

Totalmente. O capitalismo sempre atuou de maneira globalizada, o que há [hoje] é um processo, a partir da internet, das formas de comunicação bastante avançadas, isso é feito de maneira mais rápida. Mas não há uma grande diferença do ponto de vista da internacionalização da economia. Essa situação só coloca uma necessidade maior de reestatizar as nossas empresas públicas.

 

“Suplicy, como parte do PT, leva à mesma política que nos oprime e nos retira direitos”

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Hoje, uma empresa privatizada, não é só privatizada, passa a ser internacionalizada, desnacionalizada. Então é muito mais grave o ataque ao patrimônio público.

A gente está vendo a crise da água agora, com a Sabesp… a Sabesp tem uma parte do seu capital aplicado na Bolsa de Nova York. Vamos passar sede aqui, vai faltar água, mas os investidores, em Nova York, vão ter bastante lucro. Isso é gravíssimo.

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A Petrobras também tem que voltar a ser uma empresa 100% estatal.

 

As pesquisas apontam a senhora em quarto lugar nas intenções de voto (tem 3%, empatada tecnicamente com Gilberto Kassab, do PSD, que tem 7%). Na sua frente estão Eduardo Suplicy, tradicionalmente o candidato do eleitor mais à esquerda e dois nomes mais conservadores, José Serra (PSDB) e Kassab. A senhora se apresenta como uma alternativa à esquerda ao Suplicy ou o foco é tirar votos dos conservadores?

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Nós queremos ganhar votos de todos eles. Sabemos que existe diferença. Kassab e Serra são representantes da direita tradicional de São Paulo. O Suplicy tem outras características, mesmo dentro do PT ainda é um dos que se relacionam com os movimentos sociais, em uma luta de trabalhador ou pela democracia, se você chama ele vem. Só que uma coisa é ele como figura, isoladamente, nos movimentos sociais, outra é quando ele entra no Senado. Quando ele entra no Senado, faz o que o PT manda. Aí, ele se alia com Sarney, se alia com Collor, e vota esse orçamento que dá a maioria dos recursos par os banqueiros… Ele, como parte do PT, leva à mesma política que nos oprime e nos retira direitos.

 

A candidatura do PSTU à presidência, Zé Maria, sinceramente visa mais marcar posição, fortalecer o debate, do que esperar uma vitória. Entre os três principais candidatos colocados hoje, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), há alguém que a senhora avalie como ‘menos pior’, alguém para apoiar num eventual segundo turno?

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Nós vamos, no segundo turno, votar nulo. Nós achamos que Marina, a que mais vai refletir os anseios de mudança, pelo seu perfil, pela sua história, pela referência de ser uma herdeira de Chico Mendes, ela não rompeu com os empresários.

E ela tem como um dos seus financiadores a Natura, uma empresa de cosméticos que destrói as florestas para pegar matéria prima para seus cremes e perfumes em grande escala.

A Marina quer uma faixa própria de uma política de conciliação. E a política de conciliação deu no mensalão, na privatização da Petrobras, no leilão do pré-sal. São interesses inconciliáveis. O interesse do capital e da classe trabalhadora não tem como conciliar.

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Marina está fazendo a nova cara de uma velha política de conciliação. Vai criar muita expectativa, iludir bastante os setores mais descrentes.

3 COMENTÁRIOS

  1. OLÁ ANA!!

    VOU VOTAR EM TI!!!
    SÓ PRA SABER, E EU MESMO FIQUEI SEM ENTENDER NADA…
    AO RESPONDER UMA PESQUISA DATAFOLHA NO DIA 30/09,
    PELA MANHÃ, NA REGIÃO DO ITAIM PAULISTA, QUAL Á MINHA SURPRESA AO DIGITAR SEU NÚMERO POR DUAS VEZES E ESTE
    (TABLET DO PESQUISADOR NÃO COMPUTAVA SE NOME), ENTÃO O PESQUISADOR
    PEDIU PARA QUE EU DIGITASSE 99 PARA ANULAR….SÓ PRA SABEREM!!!!!!!!!!!!
    BOA SORTE VALEU!!!!!!!!!11

  2. Bem disse a candidata ao Senado Ana Luisa, não é possível conciliar trabalhadores e patrões, é preciso apoiar as lutas da classe trabalhadora.

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