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Anitelli detona vereadores de Osasco: “a censura é uma forma de esconder a corrupção”

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Ex-secretário declarou ainda que o aumento da verba para a Cultura pode ter atiçado opositores e ter sido um dos fatores para o “jogo de cena ultraconservador” que levou à saída dele da Cultura

O ex-secretário de Cultura de Osasco, Gustavo Anitelli, deu uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 10, na qual fez um balanço dos 10 meses à frente da pasta e comentou a demissão após pressão de vereadores, principalmente da bancada evangélica, na Câmara Municipal. Ele diz que os ataques que sofreu dos parlamentares foram tentativa de “censura” e disparou: “A censura é uma forma de esconder a corrupção”.

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Anitelli foi demitido na semana passada após ter a “cabeça” pedida pelos vereadores, principalmente os membros da bancada evangélica da Câmara Municipal, irritados com o apoio da Secretaria de Cultura a um evento no qual um cartaz de divulgação trazia um beijo na boca do Batman no Superman e a uma peça de teatro com críticas à Polícia Militar.

Ele foi chamado de “esquerdopata” por Ribamar Silva (PRP), líder do prefeito na Câmara Municipal. E os parlamentares da bancada evangélica fizeram coro em dizer que eventos como este vão contra “a moral e os bons costumes” e que são “contra a família”.

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“A Câmara veio com discurso de que não pode criticar a Polícia Militar… qual será o próximo passo? Não pode mais criticar os políticos? A censura é uma forma de esconder a corrupção”, declarou Anitelli.

Paralelamente aos ataques dos vereadores, o PT, partido de Anitelli, que mantinha uma posição de neutralidade, mas com membros no governo do prefeito Rogério Lins (PODE), ensaiava uma guinada à oposição, o que fez crescer ainda mais a pressão pela demissão dele da Cultura, concretizada na semana passada. No lugar dele, entrou o ex-vereador Sebastião Bognar, do PSDB.

Anitelli diz ter construído em sua gestão “políticas culturais para a cidade que não passassem por esse crivo partidário”. Para ele, a pressão dos vereadores falou mais alto do que sua filiação partidária na hora da demissão.

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Entre as realizações, Anitelli destacou ações culturais voltadas à juventude da periferia, pela diversidade, e a ampliação dos espaços para artistas da cidade.

Além disso, com ele à frente da pasta o prefeito Rogério Lins firmou o compromisso de duplicar os recursos do município para a Cultura, atingindo 1% do orçamento da cidade para a cultura, uma reivindicação antiga da classe artística osasquense.

O ex-secretário declarou ainda que o aumento da verba para a Cultura pode ter atiçado opositores e ter sido um dos fatores para o “jogo de cena ultraconservador” que levou à saída dele da pasta.

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Ele também se disse agradecido a Rogério Lins pela oportunidade de fazer parte do governo. “Sou agradecido ao prefeito por ter me convidado. O Rogério tem toda a legitimidade para mudar o seu secretariado. Fico feliz com a quantidade de coisas que a gente pôde fazer”.

Anitelli declarou ainda que vai torcer pelo sucesso da gestão de Lins. “Não sou do time do ‘quanto pior, melhor’”.

Com a saída da Cultura, ele diz que se mantém na militância política e que vai voltar a trabalhar como produtor cultural da trupe O Teatro Mágico.

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