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Antônio Carlos Roxo: Uma janela de oportunidades

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Antônio Carlos Roxo*

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Há uma diferença entre os conceitos de trajetória e paradigma. Paradigma é o que comanda o processo, a linha mestra, poderíamos dizer a estratégia; a trajetória é o caminho percorrido para atingi-la, a prática, mal comparando. O mundo passa por mudanças profundas com a evolução rápida da tecnologia da informação que acaba influenciando no modo de produzir. Haja vista, os novos produtos, a produção em 3D, que desemboca na chamada nova revolução produtiva com a produção 4.0, que é a integração produtiva/informatização em larga escala.

Pois bem, aquela história de quem está ganhando não mexe no time, apesar de não ser de toda adequada, tem muito a ver com a realidade econômica dos países. Se um país, região, se desenvolveu, dentro de uma linha produtiva, de um paradigma, terá mais dificuldades para mudar.

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As mudanças de paradigmas são brutais, revolucionárias mesmo, é o novo nascendo do velho com todas as contradições inerentes ao processo. Ora, quem está atrás, tem mais propensão de arriscar, de enfrentar mudanças, afinal não tem muito a perder. É quando surgem as oportunidades para dar um salto diminuindo as diferenças.

Aconteceu com a Coreia, Japão, lá atrás, China agora e outros. Resistências menores, inclusive as produtivas. O que não se dá por geração espontânea. Há que se ter um “demiurgo”, que apesar das campanhas contrárias, tem tudo para ser o Estado a cumprir este papel. Canalizar forças e fomentar o novo que surge. Propiciar condições materiais/financeiras e sobretudo institucionais para a emergência do novo.

Aí também entram as regiões, que unidas, podem canalizar esforços e estabelecer as trajetórias que fomentem a evolução deste novo: biotecnologia, nanotecnologia, 4.0?

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A Região Oeste tem, através do Cioeste, o instrumento e as condições estruturais e organizativas para se integrar a este novo mundo que já nasceu.

O Fórum de Desenvolvimento da Região Oeste, com o mesmo empenho, quer se integrar a este esforço pelo lado da sociedade civil. Estamos atrasados.

Neste aspecto a educação cumpre papel crucial embora não único. A Região conta com um conjunto de Universidades, entre as quais a Unifesp-Osasco, diversas Fatecs e Etecs, a Faculdade de Medicina recém-instalada em Osasco (fruto do Programa Mais Médicos, viram?), e outras, a despeito do debacle da tradicional Unifieo.

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Esforços vários são necessários, inclusive de coordenação entre os municípios, necessidade que teoricamente todos aceitam com pedras inúmeras na caminhada. Mas, dificuldade é para ser enfrentada e ponto final.

Tempos atrás foi registrado pela imprensa a proposta de integração entre os hospitais públicos da região, cada um se especializando em determinadas especialidades, gerando um sistema hospitalar integrado de alto padrão.

Se é possível, dado que a proposta não caiu do céu, não seria exequível a integração em outros setores tão importantes quanto, inclusive nas atividades produtivas strictu sensu?

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* Antônio Carlos Roxo é doutor pela USP, professor visitante da Unifesp e analista do Seade. Participa da FBP-OM