Após a apreensão de uma carna de carne supostamente imprópria para consumo em Santana de Parnaíba, um frigorífico da JBS em Rondônia foi alvo da Operação Hiena, do Ministério Público e a Polícia Civil, que cumpriu mandados de busca e apreensão e imposição de medidas cautelares, nesta quinta-feira (8).
A operação é desdobramento das investigações que apuram crimes contra a saúde pública e meio ambiente supostamente praticados a partir de um vazamento de amônia nas dependências de frigorífico da JBS no município de Pimenta Bueno, em Rondônia.
De acordo com o MP, o acidente aconteceu no dia 15 de fevereiro, intoxicando 25 colaboradores da empresa com amônia. Os trabalhadores teriam apresentado quadros de dispneia, dificuldade para respirar, inconsciência, entre outros sintomas.
Segundo apurado pelo MP, a estrutura metálica de uma das câmaras frias do estabelecimento cedeu, por excesso de peso, resultando no rompimento dos dutos de amônia utilizada para refrigeração e queda de 150 meias carcaças bovinas, que foram expostas ao agente químico contaminante.
O órgão afirma que a carne que caiu no chão, foi arrastada, amontada, lavada, acondicionada em outras câmaras frias e despachada para Santana de Parnaíba, à revelia dos Auditores de Inspeção Federal, destinando-a ao consumo humano, em desacordo com as normas de segurança alimentar da cadeia de produção.
De acordo com o Ministério Público, indícios coletados até o momento apontam que documentos foram produzidos com a finalidade de alterar a verdade dos fatos, na tentativa de dar cobertura ao encaminhamento de carne para o consumo humano de forma ilegal, apontando para a prática de crimes de Falsidade Documental.
A carne foi apreendida em Santana de Parnaíba em outra ação cautelar ajuizada em defesa da saúde do consumidor, que tramita na 2ª Vara Cível de Pimenta Bueno. Em torno de 30 policiais foram mobilizados para o cumprimento das ordens judiciais da Operação Hiena, batizada com este nome em referência ao animal que se alimenta de carcaças de animais.
Outro lado
A JBS afirmou, em nota, que o lote de carnes mencionado pelo MP não foi comercializado e está prestando todos os esclarecimentos às autoridades. “A JBS reitera que seu compromisso com a segurança e a qualidade de seus produtos é inegociável. A companhia esclarece que o lote não foi comercializado, ou seja, não foi destinado ao consumo humano. A JBS está prestando todas as informações às autoridades”.
