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Ato homenageia vítimas das chacinas

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Em frente a bar onde 8 foram mortos, o pedido de paz / Foto: Leandro Conceição
Em frente a bar onde 8 foram mortos, o pedido de paz / Foto: Leandro Conceição

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Noite de quinta-feira, 20 de agosto. Rua cheia, rostos nas janelas, a voz do padre ecoa na avenida Diretriz, no Jardim Munhoz Júnior, em Osasco: “pai nosso que estais no céu…”. A missa de sétimo dia celebrada em homenagem aos 18 mortos nas chacinas em Osasco e Barueri mudou, pelo menos por algumas horas, o cenário de ruas quase desertas e silêncio causado pela rotina de medo e do toque de recolher não oficial que toma conta dos bairros periféricos da região desde a tragédia.

O ato começou por volta das 19h, em frente ao bar onde oito pessoas foram assassinadas, na rua Antônio Benedito Ferreira. Uma das vítimas foi Fernando Luiz de Paula, filho de Zilda Maria de Paula, organizadora do ato.

“Quebrada só pede paz e mesmo assim é um sonho”, diz uma das faixas colocadas em frente a concentração, que reuniu cerca de 120 pessoas. Outras evidenciam os nomes e apelidos dos mortos. Religiosos fizeram orações, lideranças comunitárias e ativistas discursaram pedindo o fim da violência na periferia. Em seguida partiram para uma caminhada.

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“O clima no bairro está pesado, todo mundo evita sair à noite. Chego às 18h e não saio mais de casa”, conta o sushiman Mailson dos Santos, um dos participantes do ato. Para o DJ Manasseias Faria, “é como se a gente estivesse vivendo em um filme, um clima pesado, muito estranho”.

O ajudante Cesar Barbosa, 45, observa o ato de dentro de um bar. “A gente tem medo, mas não podemos deixar de seguir a vida. A gente trabalha o dia todo e quer se divertir um pouco, ver os amigos”. Ele diz que conhecia quase todas as vítimas. “Eram ‘gente fina’, trabalhadores. Como nós somos”.

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No fim da caminhada, Zilda protesta contra a impunidade e o “perfil padrão” das vítimas das chacinas. “É negro, favelado, da periferia”. (Leandro Conceição)

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