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Bruno Sindona: Brasil, o País do presente

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“Brasil, o país do futuro”. Quem nunca ouviu essa frase? Essa máxima acompanha nosso país há gerações e temos a impressão desse tal futuro nunca chegar. Somos nocauteados constantemente por uma onda de pessimismo que nos desmotiva e faz pensar que o amanhã não será melhor e de que o nosso país não evolui.

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Pois eu afirmo, com absoluta segurança, que este futuro já chegou diversas vezes e chega constantemente a cada amanhecer. O Brasil melhora continuamente e em diversas áreas. Podíamos estar melhor? Claro! Podíamos estar mais rápidos? Obviamente. Mas o fato é que melhoramos e temos que reconhecer isso. Quem não valoriza suas batalhas ganhas não se motiva para as próximas.

Há em nós brasileiros um costume de nos diminuirmos, subvalorizarmos nosso país e nós mesmos. Nos comparamos sempre com outros povos na intenção de apontar sempre nossas falhas e esquecemos de exaltar nossas qualidades. Proponho a você que está lendo estas linhas fazer uma reflexão do Brasil de 10 anos atrás. Para os mais velhos, o Brasil de 20 anos atrás. Os Brasis dessas datas são incomparáveis com os de hoje. Não se deixem levar por aquele saudosismo apaixonado que diz “antigamente é que era bom”; balela.

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Geralmente o que mais motiva esse discurso pessimista é a Política. Ora, vamos lá: olhando pelo retrovisor, vemos um país que viveu em ditaduras por quase a metade do século XX. Isso sem contar os períodos autoritários, coronelismo, era Vargas, etc. Nossa democracia tem pouco mais de 30 anos, 30 ANOS! Nossa nação ainda está aprendendo a usá-la; mas já a usa bem. Antes de me chamar de louco, analise o fato de que apesar de tão nova, a esmagadora maioria da população a reconhece como a melhor forma de governo. E vota de 2 em 2 anos por que acredita. Não me digam que o brasileiro sai de casa para votar por que é obrigatório, quando a multa é de R$ 3,51 e se bobear a fila para justificar o voto nos correios é menor do que a da sessão eleitoral. O brasileiro gosta de votar. Pode até anular o voto ou não votar, mas o faz por que não acredita nos candidatos, não no sistema. Só o fato de hoje ser natural para todos nós o fato de eleger alguém já nos aproxima dos países mais desenvolvidos do mundo.

Na última década vimos o que pode ter sido o maior e mais rico projeto de poder ruir. Um projeto de poder suprapartidário, estruturado, com grande concentração de capital, com marketing político de invejar ditaduras e movimentos “sociais”, financiados e aparelhados. A receita perfeita para perpetuação no poder. O projeto era tão amplo que mesmo após a queda seu espólio foi reivindicado por facções que pertenciam ao próprio projeto. Vimos que até a “oposição” estava aparelhada. Até mesmo pessoas dentro da justiça participavam. Um projeto tão vil que sequer ideologia possuía, era simplesmente poder por poder. Até o capital era utilizado para financiar poder e não o objetivo final da trama. Mesmo assim, a democracia está vencendo. Nas eleições deste ano os brasileiros têm a chance de vencer mais uma batalha em nome da democracia.

O que mais ilustra essa evolução da nossa nação é que não foram lideres ou outros grupos políticos que destituíram este poder, foi o próprio sistema. Hoje as instituições brasileiras são incontroláveis. Mesmo os poderosos políticos pressionando, ameaçando e subornando, o sistema continuou a dragar seus poderes. Quem 10 anos atrás acreditaria que senadores, governadores e até presidentes poderiam estar presos? Empresários que controlavam mercados inteiros também estariam na cadeia? Que governantes teriam que se curvar constantemente a clamores populares feitos através de protestos digitais.

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O fato de estarmos as vésperas de uma eleição presidencial sem sequer saber quem serão os candidatos, muitos menos os favoritos, é mágico. Isso quer dizer que não há mais concentração de poder, o poder se diluiu e hoje qualquer pequeno grupo tem chance de chegar ao posto mais alto da nossa democracia. Nossa geração está vivendo um momento único e é assim que devemos encarar. Só assim valorizaremos este momento e faremos com que ele cresça e gere frutos.

A democracia nos trouxe até aqui, agora cabe a nós decidir para onde vamos.

Bruno Sindona

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