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Bruno Sindona: Precisamos falar sobre a desestatização municipal

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Bruno Sindona é CEO da Sindona Incorporadora

O assunto desestatização é controverso e muitas vezes debatido de maneira superficial, envolto em uma névoa de preconceito e má compreensão, principalmente em função das pouco transparentes e polêmicas iniciativas na esfera federal. No entanto, ele deve ser encarado com agilidade pelas prefeituras que pretendem aproveitar o ciclo econômico positivo que se aproxima.

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As cidades possuem diversos equipamentos que poderiam servir melhor à população e, em muitas vezes, sem onerar os cofres públicos. Estádios, quadras, parques, prédios subutilizados, áreas municipais abandonadas, terminais de ônibus, teatros e muitos outros equipamentos urbanos poderiam ter seu uso e sua gestão aprimorados. Isso sem gastar um centavo do dinheiro público e muito menos gerar cobranças adicionais à população.

Pensem em algum ginásio municipal, administrado pelo poder público. Lembraram de algum? Agora imaginem este mesmo ginásio, administrado por uma empresa privada, que em uma licitação legal e transparente venceu a disputa, pagando o maior aluguel e com a maior contra partida de todos participantes.

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É claro, uma empresa precisa lucrar e pagar seus compromissos, mas esse lucro não necessariamente sairá da cobrança do uso do espaço pelo munícipe. Há muitas outras formas de conseguir isso, seja sublocando este espaço para lanchonetes, estacionamentos, eventos esportivos, shows, formaturas, exposições, festas juninas e todo tipo de utilização que desenvolve a cidade, traz entretenimento e renda para o município. Tudo isso sem o município vender seu patrimônio, nem ter custos com pessoal, ou despesas com o prédio. Com a prerrogativa de, caso não sejam cumpridas as premissas do contrato, reocupar seu imóvel!

E isso pode se expandir para diversos campos da administração pública e condições, atraindo investimento, revitalizando a cidade e fazendo com que as secretarias tenham cada vez mais tempo e liberdade para agir, dedicando-se à gestão, à melhoria contínua. Um sonho real e que está ao nosso alcance, sem lesar os cofres públicos e sem diminuir empregos, visto que os empregados atuais podem ser recontratados pela nova gestão com acordos de estabilidade, exigidos pelo próprio contrato de concessão.

O setor público e o privado não são inimigos. Eles são gêmeos siameses: um depende do outro, um precisa do outro. É possível caminharem juntos em direção ao futuro, pelo bem do país. Pelo bem da sociedade e no espírito do interesse coletivo. Basta para isso que passemos à ação, com transparência, ética e dedicação.

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Bruno Sindona é CEO da Incorporadora Sindona