Início Brasil Bruno Sindona: Será que o brasileiro ainda voltará a fazer política?

Bruno Sindona: Será que o brasileiro ainda voltará a fazer política?

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Bruno Sindona é CEO da Sindona Incorporadora

Já vivemos épocas de extremo engajamento político, onde os brasileiros iam às ruas para fazer política. Não a política partidária, mas a política pela transformação da sociedade, por justiça, participação, democracia e melhores condições de vida.

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Não bastava protestar e bradar palavras de ordem, mas sim clamar por um objetivo claro; era o confabular política nas esquinas e pedir votos de forma sincera para seus candidatos em quem realmente se acreditava.

Hoje o que vemos são reclamações e apontamentos apenas; julgamos o que está, mas não propomos o caminho novo. Construir um país dá trabalho e exige aquele extremo engajamento.

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O projeto político do PT findou-se de forma triste. E digo triste por que ver murchar um movimento que tanto inspirou e fez sonhar pessoas dos mais diversos tipos é desanimador.

Mais triste ainda é ver que não há nenhum outro projeto no país que engaje do jovem ao aposentado, que faça alguém sair de madrugada gratuitamente para pregar uma placa em muro, imaginando que aquele pedaço de compensado vai ajudar a melhorar nosso Brasil.

As Diretas Já trouxeram o Brasil até aqui, não por que reclamava, mas porque propunha. O povo saia às ruas feliz e confiante, com sorrisos e cantos para anunciar o sonho da democracia.

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Os caras pintadas conservavam o mesmo clima pacifista e sonhador. Já nos últimos eventos de nossa atuação política, vimos conflagrar o embate, aprofundar brechas e às vezes abismos que não existiam.

O povo briga nas ruas por atores que estavam no mesmo palanque num passado recente e ainda tomam uísque juntos nos bastidores.

Enquanto a população se radicaliza, os políticos tradicionais se aglutinam em busca da sobrevivência. Cada decisão é pensada para que a espécie se perpetue. E o povo assiste a isso paralisado, aguardando a definição dos candidatos a presidente como se não fizéssemos parte da cena. Esperando, esperando, sem propor nada realmente novo.

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Como dizia Lima Barreto — e no cenário atual tenho de concordar: “O Brasil não tem povo, tem público”. Mas até quando essa situação vai persistir, e as pessoas vão continuar deixando de fazer a verdadeira política? Ou, pior, criminalizando qualquer política? A resposta eu gostaria de saber de vocês!