Leandro Conceição
Foi aprovado na Câmara de Osasco na terça-feira, 18, projeto de lei que institui cota de participação de artistas da cidade em shows promovidos pela administração municipal em ações como inaugurações e festividades.
A proposta aprovada prevê a destinação de 10% da verba utilizada nos eventos para a contratação de artistas e produtores do município. O projeto também estabelece que a participação dos artistas locais deve ser de pelo menos 20% do tempo mínimo destinado à apresentação do artista principal contratado. A intermediação junto aos artistas da cidade deve ser feita pelo Conselho Municipal de Cultura (ComCultura).
A aprovação do projeto na Câmara foi comemorada por artistas osasquenses. “Osasco tem muitas bandas boas, mas falta incentivo. Este projeto pode ser um incentivo para a gente não parar com a nossa arte”, afirma Leonardo Ronqui, vocalista da banda de metal Nuestro Ódio.
10% da verba dos eventos vai para artistas locais
O músico Bilo Mariano avalia que “se eles (a Prefeitura) pagam um ótimo cachê para os artistas mais famosos, por que não pagar um bom cachê para os artistas locais? É uma maneira de estimular e incentivar, e assim os artistas se interessarão em desenvolver mais seus trabalhos”. Ele diz que o ideal seria uma cota de pelo menos 20% da verba dos eventos, “mas 10% já é um bom começo”.
“Mero espectador”
A justificativa apresentada pelo autor do projeto, o vereador Reinaldo Hipólito Leal, o Branco (PMDB), vai de encontro às avaliações dos artistas. “É comum a contratação de artistas de renome. Nessas apresentações, o artista local fica apenas como mero espectador, sem a possibilidade de mostrar seu trabalho junto à comunidade. É necessário valorizar nossos artistas”.
Entre os artistas que se apresentaram em shows promovidos pela Prefeitura recentemente estão Bruno & Marrone, Edson e Israel Novaes, na entrega de pavimentação asfáltica no Jardim Cirino, em setembro. O evento foi realizado em parceria com a rádio Nativa.
O projeto aprovado na Câmara foi encaminhado para sanção ou veto do prefeito Jorge Lapas (PT).