Esta semana mais uma terrível chacina abalou e atraiu os holofotes para Osasco. Quatro homens foram executados no Jardim Conceição na madrugada de segunda para terça-feira, 11. Na semana passada, foram outros dois assassinatos. Antes, um policial foi baleado no bairro.
Atemorizados em meio à onda de violência, moradores do bairro protestaram pedindo paz. E o oportunismo de vândalos que aproveitaram o ato para queimar um ônibus tornou as coisas ainda piores.
Após o ataque, as empresas, temendo por seus funcionários e seu patrimônio, recolheram os ônibus e os pais e mães de família que voltavam do trabalho viveram uma noite de caos em busca de simplesmente chegarem a suas casas. A polícia, como era de se esperar, reforçou o patrulhamento na região.
Após mais este triste episódio, espera-se das autoridades policiais que capturem os assassinos rapidamente, que estes crimes não fiquem impunes.
E a situação alarmante leva a reflexões sobre a urgente necessidade de ações mais efetivas e estratégicas do Estado, não só na área da segurança pública.
O Jardim Conceição, por exemplo, há anos é apontado por moradores e frequentadores como “terra sem lei”. A definição, além de estigmatizar o bairro e seus moradores, expõe a sensação de ausência, de falência do Estado na localidade. Afinal, um bairro, uma cidade, não ganha a definição de “terra sem lei” do dia para a noite.
Claro que a intensificação da ação policial é esperada nestes casos. Mas se, paralelamente ao reforço no policiamento, não houver reforço na qualidade da escola, na geração de emprego e renda, nas alternativas de esporte, lazer e cultura, teremos mais e mais “terras sem lei”, onde tragédias como a ocorrida esta semana já são esperadas.