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Claudio Magrão: E as contribuições sindicais?

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Claudio Magrão é presidente  da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo / Foto: Divulgação
Claudio Magrão é presidente  da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo / Foto: Divulgação

Temos assistido ao lamentável desmonte dos direitos dos trabalhadores através das reformas propostas pelo atual governo. Em contrapartida, temos visto também o esforço gigantesco do movimento sindical de todas as correntes para tentar barrar tais reformas e garantir aquilo que, durante décadas, foi conquistado pelos trabalhadores e seus sindicatos.

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Em todos os sentidos, tem sido uma luta desigual. De um lado, o poder financeiro dos patrões e dos interesses do capital. De outro, uma classe trabalhadora oprimida pela recessão e pelo desemprego, amedrontada em se mobilizar e tentar garantir o mínimo para a sobrevivência e seus sindicatos fragilizados na mesma medida.

Não há como duvidar do poder de fogo dos empresários e da forte influência que os mesmos exercem sobre o governo. Para eles, o poder do dinheiro não é problema, mas e para os Sindicatos? Aí está uma questão que até mesmo o próprio movimento sindical tem medo de trazer a público.

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Vamos ser claros: centrais sindicais, confederações, federações e sindicatos fogem da discussão de seu custeio faz muito tempo e, infelizmente, agora estão pagando caro diante da possibilidade de verem seus cofres esvaziados sem as contribuições compulsórias, inclusive o Imposto Sindical. A pergunta é: como enfrentar o poder do capital e a retirada de direitos dos trabalhadores sem dinheiro?

O fato é que, dentro das reformas trabalhistas, toda e qualquer forma de sobrevivência financeira dos sindicatos está sendo questionada e atacada e se, rapidamente, não tivermos a coragem de levarmos essa discussão adiante e de forma transparente, qualquer estrutura de defesa dos trabalhadores deixará de existir muito em breve.

Levar a fundo essa discussão nesse momento é uma questão fundamental. É preciso que, às claras e sem medo algum, tenhamos a coragem de colocar em pauta, abertamente, este assunto. Garantir os direitos dos trabalhadores passa, obrigatoriamente, por garantir a sobrevivência financeira das entidades sindicais.

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Cabe a todos que se dizem representantes dos trabalhadores assumir essa difícil discussão com toda a sociedade em busca de alternativas sérias e legítimas.

*Claudio Magrão é presidente  da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo 

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