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Claudio Piteri espera herdar votos de Celso Giglio: “sempre trabalhei ao lado dele”

“Hoje em dia tem muita gente atrás do espólio do Celso Giglio, mas a vinculação comigo é natural, eu sempre trabalhei ao lado dele”, diz Piteri (PPS), pré-candidato a deputado estadual

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Claudio Piteri durante entrevista ao Visão Oeste

O Visão Oeste recebeu na última semana o ex-vereador de Osasco Claudio Piteri (PPS) para uma entrevista. Pré-candidato a deputado estadual, Piteri foi um dos principais aliados do ex-prefeito e ex-deputado estadual Celso Giglio (PSDB), que morreu no ano passado, aos 76 anos. Por conta da proximidade, acredita que deve herdar parte do espólio político do tucano.

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Com passagem pela Fundação Casa, da qual foi vice-presidente, tem como bandeira a educação integral que, avalia, refletiria na melhora da segurança pública.

Avesso aos “outsiders”, Piteri defende a importância de a cidade possuir o maior número possível de representantes na Assembleia Legislativa de São Paulo para pressionar o governo do estado por melhorias para Osasco e região.

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Visão Oeste: Por que essa decisão de ser pré-candidato a deputado estadual?

Claudio Piteri: Por causa da falta de representatividade da nossa região. Nós vivemos numa região com dois milhões de habitantes mais ou menos. Temos em Osasco só um deputado estadual. Aqui na região tem outros dois, mas o potencial da nossa região é maior.
Embora a gente não perceba, se relaciona muito com o governo do estado. Seja na educação, com as escolas estaduais; na saúde, com os hospitais estaduais; no transporte público com a CPTM ou no saneamento básico com a Sabesp. Precisamos de gente lembrando o governador da nossa região e dos nossos problemas.

Como é colocar seu nome na disputa num momento em que a política está tão discriminada no país?

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Eu sou contra a negação à política e aos políticos. Sou politico e não tenho vergonha de dizer. Essa negação permite que os “outsiders” se apresentem como salvadores da pátria. E isso é um perigo. Eu sei exatamente das dificuldades para atuar na gestão pública. Um “outsider” acha que é da mesma maneira que na iniciativa privada, mas a gestão pública tem suas especificidades. E tem que ser assim.
Além disso, hoje está muito fácil pesquisar a vida de todo mundo. O eleitor tem que pesquisar. Tem que buscar as ferramentas que internet proporciona. Quer saber da minha vida, pesquisa meu nome, vai sair toda a minha vida lá. É dessa forma a gente avança.

O que você tem em mente como plano de trabalho?

Fui vereador por 20 anos e vice-presidente da Fundação Casa por 9 anos. E há coisas que precisamos discutir: a primeira delas é melhorar a política educacional do Estado de São Paulo. Precisamos avançar de vez para o turno integral. A gente só vai encontrar a solução para este país através da educação. Vamos trabalhar muito essa área, esse assunto.
E outros assuntos que são mais específicos da Região Metropolitana, como segurança pública. Nas minhas passagens pela Fundação Casa eu aprendi que não se faz política de segurança só com a polícia na rua. Tem que trabalhar na prevenção. Buscar programas que seduzam a juventude. Esporte, Cultura. Essa é uma posição que eu tenho. Repensar algumas questões em relação à educação para o adolescente.
Não tenho medo de dizer que 60% dos adolescentes que estão na Fundação Casa hoje não estariam lá se nos houvessem politicas públicas de prevenção feitas com seriedade.

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Mas isso não soa como uma crítica direta ao governo do estado?

Não. Até porque grande parte da política de prevenção quem aplica são os municípios. Quem tem que fazer a política de cultura nos bairros, na periferia, são as prefeituras. Então, não é crítica ao governo do estado. É uma crítica ao Estado na maior extensão do termo.

Claudio Piteri espera herdar votos de Celso Giglio

Claudio Piteri espera herdar votos de Celso Giglio. “Hoje em dia tem muita gente atrás do espólio do Celso Giglio, mas a vinculação comigo é natural, eu sempre trabalhei ao lado dele”, diz o pré-candidato a deputado estadual.

Leia a entrevista completa: https://www.visaooeste.com.br/claudio-piteri-espera-herdar-votos-de-celso-giglio-sempre-trabalhei-ao-lado-dele/

Claudio Piteri Claudio Piteri II

Publicado por Jornal Visão Oeste em Quinta-feira, 26 de julho de 2018

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Então você avalia bem o governo Geraldo Alckmin à frente do Estado de São Paulo?

O governo Alckmin (PSDB) enfrentou com altivez nesse último mandato a crise econômica e politica pela qual o país atravessou. A gente percebeu como a crise foi devastadora para as finanças públicas e mesmo assim o governador deu conta.
São Paulo não teve problema com pagamento de servidor, quase todos os outros Estados tiveram. Os serviços básicos não caíram. Na medida em que a crise veio, houve um aumento na demanda de pessoas que passaram a utilizar o serviço público. E isso trouxe algumas situações novas. É quando se exige maior atenção, maior cuidado, maior investimento.

E como o PPS e o Claudio Piteri vão caminhar em relação as disputas estadual e nacional?

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O PPS já tomou uma decisão: apoia Geraldo Alckmin para presidente da República e Márcio França (PSB) para governador.

Você tem uma dobrada importante com a deputada Bruna Furlan, que é do PSDB. Isso não fica incompatível (com o apoio do PPS a Márcio França e não ao tucano João Doria ao governo do estado)?

Não porque na aliança nacional nós estamos com o PSDB. Não vejo dificuldade em relação a isso. Quando o Furlan foi prefeito de Barueri na primeira vez, ele já fazia politica com meu pai [Guaçu Piteri] aqui na região. E nas duas eleições da Bruna nós participamos, elegendo a Bruna e o Celso Giglio. Foi muito natural essa aliança.

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No início do ano você se desligou do governo Rogério Lins. Por quê?

Ah, por incompatibilidade de projetos políticos. Eu sou do PPS e nunca escondi isso do prefeito. E houve uma tentativa de impor ao PPS um comportamento que nós não aceitamos. Por conta disso acabamos nos desligando do governo.

E como você avalia o desempenho do governo municipal?

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Preocupado. Eu acho que o prefeito recebeu a cidade numa situação complicada, como aconteceu em boa parte dos municípios. Mas não vejo nenhuma atuação do prefeito no sentido de minimizar esses problemas. A gente já devia começar a sentir os efeitos das políticas que foram sendo implementadas.
A administração municipal perdeu a interlocução com a sociedade. E quando perde, entra corrupção, inverte prioridades, não identifica quais são os principais problemas, os problemas reais. Então, estou muito preocupado coma relação à administração. A cidade precisa de mais.

Qual sua avaliação da quantidade de candidatos na região e como fazer para se destacar?

O prefeito de Osasco estabeleceu uma estratégia que prejudica a cidade. Ele está pensando no projeto pessoal dele de 2020 e não está pensando na cidade. A estratégia dele é lançar um monte de candidato para que nenhum se eleja e o projeto dele de 2020 seja mais tranquilo.
Dentro disso espero me destacar pelas ideias e propostas. Essa coisa de atacar, brigar, xingar, não é o nosso jeito. Nunca fiz campanha dessa maneira. Quero apresentar as soluções para os problemas.

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E você espera contar com o espólio do Celso Giglio?

Hoje em dia tem muita gente atrás do espólio do Celso Giglio, mas a vinculação comigo é natural, eu sempre trabalhei ao lado dele. Você não compra o espolio do Celso Giglio, precisa ter identidade.
Nós vamos receber boa parte desses votos porque é uma associação natural. É natural para quem era eleitor do Celso Giglio optar pela nossa candidatura.

Como você avalia o governo Temer?

Preocupado, né? É um governo que já terminou faz tempo. Nós estamos num vazio de poder, num vácuo de poder, que é ruim para todos.
Estamos numa crise que só vai terminar quando houver a eleição de alguém, a posse de alguém que tenha perfil e capacidade de conciliar. Não podemos entrar num governo de ruptura. É tudo o que o Brasil não precisa neste momento.

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E quem seria esse governo de ruptura?

Ah, Bolsonaro, né? O pior deles é o Bolsonaro, ele até baba. É uma coisa horrível, perigosa. Precisamos dialogar com o Legislativo, pacificar a relação com o judiciário, que está estremecida. Extremada.
O STF legislando. O ativismo do STF é perigoso. Precisamos de alguém que compreenda tudo isso. Não é o momento de exacerbar.

E o nome para conciliar é o do Geraldo Alckmin?

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Existem outros. Não há governo que só erra sempre e governo que só acerta. Todos erram e acertam. Entre os candidatos há outras pessoas com esse perfil. Mas o mais adequado é o Geraldo.