Início Cidades Correndo atrás dos sonhos

Correndo atrás dos sonhos

0

IMG_1532Leandro Conceição

publicidade

Nascido em família humilde, no sertão pernambucano, Wellington Bezerra, o Cipó, de 25 anos, corre, literalmente, para superar as dificuldades. Atleta do Grêmio Recreativo Barueri (GRB), Cipó acaba de ser campeão sulamericano de cross country.

Domingo, 23, em Assunção, no Paraguai, ele terminou a corrida de 12 quilômetros em terreno acidentado de terra e grama em 37 minutos, 11 segundos e 66 milésimos.
O gosto de Cipó pelo atletismo surgiu aos 19 anos. Em uma partida de futsal na escola, em Pernambuco, o goleiro “perna de pau” se interessou mais no treino de um atleta que acontecia em volta da quadra do que no jogo. Adeus futebol. A contragosto do pai, que participa de um time amador.

Atleta do GRB sonha em disputar Olimpíadas

publicidade

IMG_1485“Comecei a treinar e participar das corridas e fui parando com o futebol. Mas também, eu era perna de pau”. Em 2008, ele correu sua primeira São Silvestre. Lembra que terminou na 591ª posição.
Quase junto à primeira São Silvestre, veio a migração para São Paulo, para morar em Itapevi. Mas o foco ainda não era se tornar um atleta profissional. “Vim em busca de oportunidades de trabalho. Trabalhei durante um ano e dois meses como ajudante de jardineiro em Barueri”.

Mas ele manteve os treinos e fazia testes de atletismo em diversos clubes. Até que, em 2010, foi apresentado por um amigo ao gerente do GRB, Clovis Estevam.
Desde então, Cipó se destaca cada vez mais no atletismo. Em 2012, foi o 23º na São Silvestre. No ano passado, largou no pelotão de elite, chegou a liderar a prova e terminou em 12º, como o quinto melhor brasileiro.
Nos treinos, Cipó chega a correr 25 km por dia. Quando pode, a corrida dele é para Pernambuco, para matar a saudade da família na roça.

As aspirações de Cipó para o futuro são grandes. Terminar entre os cinco primeiros na São Silvestre e participar das Olimpíadas de 2016, 2020 e 2024. “A carreira do atleta, se ele se cuidar direitinho, até os 34, 35 anos, dá para manter em alto nível”. Depois, vai continuar se dedicando ao esporte. Ele está no penúltimo ano da faculdade de educação física.
IMG_1475Para Cipó, correr é mais do que vencer uma ou outra prova. “Vi no atletismo a chance de buscar uma vida melhor e ajudar minha família. [A vida de atleta] não é como [a de jogador de] futebol, mas é muito melhor do que trabalhar na roça”.

publicidade