Início Brasil “Cunha nunca foi aliado”, diz prefeito petista

“Cunha nunca foi aliado”, diz prefeito petista

0
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou rompimento com o governo, durante entrevista (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O prefeito de Osasco, Jorge Lapas (PT), minimizou, em evento na noite desta sexta-feira, 17, o rompimento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da petista Dilma Rousseff, oficializado na manhã desta sexta. A medida foi tomada um dia depois de ter vazado o depoimento de um delator da Operação Lava Jato que acusa Eduardo Cunha de ter recebido 5 milhões de dólares em propina.

publicidade
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou rompimento com o governo, durante entrevista / Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, anunciou rompimento com o governo, durante entrevista / Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

“Ele não passa a ser oposição hoje, ele sempre fez oposição à Dilma. Todas as disputas que houve e os retrocessos que ele patrocinou nas votações na Câmara, foram sempre em desacordo com o que a gente sempre defendeu. É ruim por ser o presidente da Câmara, mas, do ponto de vista do PT, a gente nunca foi aliado”, afirmou o prefeito.
O deputado federal Valmir Prascidelli (PT-SP) rebateu as ações de Cunha de que o governo Dilma tenha atuado para incriminá-lo na Operação Lava Jato. “O governo tem se mantido isento, inclusive quando integrantes do PT são acusados”.

Lapas foi no mesmo tom de nota divulgada pelo Planalto após Cunha oficializar sua saída da base aliada rumo à oposição. “O próprio PMDB já disse que é um rompimento pessoal dele. O PMDB tem grandes lideranças, como o Michel Temer, que não tem a mesma posição que ele”.

publicidade

Prascidelli espera que Cunha mantenha “imparcialidade na condução da mesa diretora da Câmara”. “Que ele não se utilize deste instrumento [a presidência da Casa] para poder fazer luta política, de modo que possa encobrir qualquer investigação contra ele e potencializar outras investigações de modo seletivo”.

O deputado avalia que a atuação de Cunha como presidente da Câmara tem “um estilo um tanto questionável, além do natural dentro de um parlamento democrático”.

No entanto, Prascidelli ameniza o tom das críticas a Cunha com relação a boa parte de seus correligionários. “Vamos aguardar o início de agosto, é momento de ter paciência, serenidade, prudência nas ações, porque estamos diante de um momento delicado do país”.

publicidade

Após romper com governo, presidente da Câmara autoriza criação de quatro CPIs

Da Agência Brasil

Após anunciar o rompimento político com o governo, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou nesta sexta, 17, a criação de  quatro comissões parlamentares de inquérito (CPI). Elas vão investigar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), supostas irregularidades nos fundos de pensão das estatais, maus-tratos contra animais e crimes cibernéticos no país.

publicidade

O foco da CPI do BNDES são os empréstimos concedidos a empreiteiras e outras empresas investigadas na Operação Lava Jato. Entre 2003 e junho de 2014, o banco concedeu financiamentos de R$ 2,4 bilhões para essas empresas. Também serão investigados os empréstimos para empresas do ramo de frigorífico e em favor de empresas do Grupo do empresário Eike Batista, além dos empréstimos concedidos a outros países como Angola e Cuba, cujas informações foram classificadas como secretas.

A CPI dos Fundos de Pensão, apesar de ter a criação autorizada, ela só poderá funcionar após encerramento dos trabalhos da CPI do Sistema Carcerário, previsto para o início de agosto. Pelo Regimento da Câmara, apenas cinco CPIs podem funcionar ao mesmo tempo. Além das quatro criadas hoje, atualmente funciona a CPI da Petrobras. O alvo da CPI será a

O alvo da CPI será a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), da Câmara dos Deputados e do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).

publicidade