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Discurso da “nova política” desmoralizado

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Luciano Martins Costa

Luciano Martins Costa – Jornalista e escritor. Publicado originalmente no Observatório da Imprensa.

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Colunistas de alguns dos principais jornais do país celebram sem disfarces o soluço registrado na mais recente pesquisa do Ibope, que dá ao candidato do PSDB, Aécio Neves, uma esperança de recuperar em 18 dias um lugar no eventual segundo turno das eleições presidenciais.
Um deles faz contas de padeiro para concluir que, se acelerar seguidamente, com um novo salto na semana que vem, o ex-governador de Minas Gerais pode chegar ao dia 5 de outubro em condição de empate com Marina Silva, do PSB. A partir daí, calcula o jornalista, fazendo coro com representantes oficiais do PSDB, a militância trataria de trabalhar o argumento do chamado “voto útil” contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, para ocupar o vazio deixado pela queda da candidata do PSB.
A matemática é linear e simplista, mas é o que basta para animar o tucanato, entre os quais se aninham nove entre dez colunistas e articulistas dos diários de circulação nacional.
Nas fileiras do PSB, a convicção, pelo menos nas declarações diante de jornalistas, é de que Marina Silva já está no segundo turno. Por esse motivo, segundo a imprensa, representantes do partido já buscam potenciais desertores do PMDB para acertar detalhes de uma futura aliança.
A frase de que “ninguém governa sem o PMDB”. Por extensão, pode-se dizer, também, que ninguém governa sem o PDT, o PTB, o PSD e toda a floresta das siglas que balançam de lá para cá a cada eleição. Essa prática desmoraliza o discurso da “nova política”.
Por outro lado, a movimentação da imprensa em favor da candidatura de Aécio Neves é desautorizada pela iniciativa de economistas ligados ao PSDB que, segundo o Globo, tratam de modelar uma série de propostas que poderiam aproximar os tucanos da candidatura de Marina Silva, no caso de haver um segundo turno.