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Editorial – A repressão em marcha

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VISAO_EDITORIALNesta quinta-feira, com o impeachment consumado, manifestantes realizaram pelo terceiro dia consecutivo protesto na região central de São Paulo contra o novo governo. Assim como ocorreu no início dos protestos de 2013, um componente se faz presente: a violência policial.

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O governo do estado adota postura vergonhosa em relação à postura de sua polícia, que adota dois pesos e duas medidas de acordo com o público do protesto. Quando a manifestação é a favor de alguma pauta que interessa ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), como foi o “Fora Dilma”, a postura é de uma polícia protetiva e até as catracas do Metrô chegaram a ser liberadas.

Quando movimentos contrários à pauta do PSDB e seus aliados saem às ruas, como foi no início (apenas no início) dos protestos de junho de 2013, a polícia sai armada para a guerra. Tudo começa com a tática de encurralar os manifestantes, impedindo que a marcha prossiga. Em seguida, começa a chuva de bombas e tiros com balas de borracha. Lamentavelmente, na quarta-feira uma militante acabou perdendo a visão do olho esquerdo, após ser atingida por estilhaços de uma bomba da PM.

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Além de dar um golpe de estado, os tucanos, agora aliados novamente ao PMDB, atentam contra a liberdade de reunião. Novo protesto está marcado para este domingo e a Secretaria de Segurança proibiu que aconteça na avenida Paulista. A alegação é de que no local irá passar a tocha paraolímpica. Uma desculpa esfarrapada.
Antes de consumado o impeachment, diversos analistas alertaram que, para instituir sua agenda de retrocessos, o novo governo teria que usar a força. O que irão fazer quando parte da população, ainda adormecida, perceber que vai perder direitos, e engrossar o coro das ruas?