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Editorial: Demorou

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Um dos aspectos que mais preocuparam os grupos sociais e políticos que apoiaram Dilma Rousseff quando conquistou seu primeiro mandato de presidente da República foi o enfraquecimento de sua interlocução junto aos movimentos sociais, à sociedade civil, aos setores produtivos da economia, ao movimento sindical em geral. A situação foi bastante criticada até mesmo dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. Mas foi o conjunto da sociedade quem ressentiu o fechamento de espaços de diálogo.

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Mas eis que agora, já quase na metade de seu segundo mandato, quando o governo atravessa uma crise política e institucional sem precedentes, Dilma resolveu devolver a voz a diferentes grupos sociais organizados através da retomada do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também conhecido como “Conselhão”. Sua função é assessorar a presidente da República na formulação de políticas públicas, de reformas estruturais e propostas de desenvolvimento econômico e social.

Criado em maio de 2003, contribuiu de forma decisiva na formulação de novas legislações e programas como as Parcerias Público-Privadas; a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e a Agenda Nacional do Trabalho Decente.

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Ao dar voz e vazão a demandas de diferentes setores da sociedade, incluindo empresários e trabalhadores, o CDES é capaz de promover uma agenda positiva, buscando consenso e um pacto nacional em torno de um projeto de desenvolvimento. Não faz sentido que tenha sido mantido congelado por tanto tempo. Demorou, mas é uma excelente notícia que tenha sido finalmente retomado.