Editorial: Governo precisa ouvir os trabalhadores

As declarações infelizes, para dizer o mínimo, do presidente Michel Temer e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), são simbólicas para mostrar o quanto os líderes maiores de nosso país podem ser retrógrados com relação às mulheres e aos trabalhadores.

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Temer, em pleno Dia Internacional da Mulher, declarou: “Tenho absoluta convicção do quanto a mulher faz pela casa, pelo lar. Do que faz pelos filhos. E, se a sociedade de alguma maneira vai bem e os filhos crescem, é porque tiveram uma adequada formação em suas casas e, seguramente, isso quem faz não é o homem, é a mulher”.

É clara a convicção do papel importante da mulher para o lar, como pode ser o do homem também, e o de todos que nele habitam.

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Resumir o papel da mulher “ao lar”, como fez Temer, é referendar a cultura machista que ainda impõe que a mulher continue a ganhar menos que o homem para exercer uma mesma função (como mostra matéria na página 9); e ajuda a perpetuar opiniões machistas, como a de que mulheres vítimas de violência o foram porque estavam na rua à noite (muitas vezes voltando do trabalho) ou pela roupa que vestiam (afinal, acreditam que a mulher não deveria estar na rua, lugar de todos, mas apenas cuidando do lar), entre outras.

Já Rodrigo Maia, fez uma série de críticas à Justiça do Trabalho e declarou que ela “não deveria nem existir”.

Ponderações, críticas, fazem parte da busca pelo equilíbrio em uma democracia. Agora, pregar a extinção de uma esfera da Justiça mostra uma face autoritária da primeira pessoa na linha de sucessão presidencial e aumenta o alerta ao trabalhador.

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Além das polêmicas reformas trabalhista e da Previdencia, governistas defendem que o trabalhador não tenha acesso à Justiça para tentar resguardar os direitos que lhe restarem.

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