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Editorial: Não contavam com as ruas

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“O ‘Fora Temer’ não se deve apenas à situação econômica precária, mas ao profundo sentimento de que o país foi entregue a usurpadores. Mesmo com toda a velha mídia encenando, não se conseguiu conferir nenhum verniz a esses personagens burlescos”. A explicação do jornalista Luís Nassif mostra bem o caldo de cultura que se formou após consumado o afastamento de Dilma Rousseff pelo Senado.

Apoiadores do impeachment até tentam esconder, mas está claro que não esperavam a reação das ruas e a falta de legitimidade do governo Michel Temer, que, além de tudo, cometeu erros básicos desde que assumiu. Declarações desmerecendo manifestações as tornaram ainda maiores e a repressão comandada por seu ministro da Justiça, Alexandre de Morais, também joga a juventude cada vez mais para a resistência.

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Após a passeata dos 100 mil na avenida Paulista, o 7 de Setembro foi mais um dia de cão para Temer, vaiado desde o desfile cívico em Brasília até a abertura da Paralimpíada no Rio de Janeiro.

Complica ainda mais a situação do novo Presidente a pressão que sofre por parte dos artífices do impeachment. O alto empresariado e seus representantes na política, sobretudo o PSDB, pressionam pela tática do “choque”, quando tenta-se impor o maior número de medidas impopulares no menor tempo possível, aproveitando-se do momento de crise.

Com Temer sendo obrigado a bater o pé na destruição de direitos trabalhistas e mudanças na Previdência Social, principalmente o aumento da idade para aposentadoria, saberemos como a população vai reagir. Os primeiros dias mostram que sem a aprovação das urnas, fica difícil impor uma agenda antipopular e ainda é incerto o futuro desse governo.

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