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Editorial: Sintoma de falta de saúde

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Enquanto a atenção básica caminha para uma melhora graças, em grande parte, ao socorro emergencial promovido pelo programa “Mais Médicos”, nos demais segmentos a situação continua alarmante, principalmente no campo do atendimento das urgências e disponibilidade de leitos. A crise que culminou com o anúncio de encerramento das atividades da Santa Casa de São Paulo é mais um dos muitos exemplos que se acumulam para traçar um quadro bem pessimista.

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Por ser uma entidade filantrópica, que se mantém à custa de ajudas do governo do estado, do governo federal e de doações privadas, a situação da Santa Casa é um indicador preciso do grau de esgotamento do sistema em todas as esferas.

Na região, a redução da oferta de leitos ocasionada por uma reforma do Hospital Regional, do governo do estado, entregue pela metade depois de dois anos de espera, o fechamento do hospital particular Montreal, em Osasco, ou o também privado hospital e maternidade Nova Vida Itapevi, ajudam a montar um cenário desolador. Assim como a notória falta de profissionais médicos em especialidades fundamentais como pediatria, ginecologia e obstetrícia.

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Se o investimento na atenção básica pode reduzir a demanda pelos serviços de média e alta complexidade no médio e longo prazos, os sintomas preocupantes que estamos observando – incluindo os índices de insatisfação e reclamações em relação aos convênios médicos e seguro saúde- apontam para uma situação catastrófica do sistema como um todo no país. Talvez seja preciso, mais do que nunca, a sociedade civil chamar para si essa discussão, cobrar de governos, operadoras de convênios e gestores de hospitais um debate claro e objetivo sobre modelos de financiamento, para uma discussão franca e produtiva sobre futuro da saúde no Brasil.