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Editorial: Sopa de letras

Imagine a situação do eleitor, que vê diariamente partidos se degladiando no Congresso Nacional, mas, muitas vezes, abraçados nas cidades.

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No emaranhado de legendas que compõem o sistema político brasileiro, fica cada vez mais difícil ao eleitor distinguir quem é quem. As ideologias (sim, ainda existem, mesmo que camufladas) se perdem em alianças totalmente sem sentido. Nas eleições municipais fica mais evidente que as alianças são apenas uma sopa de letras.

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Imagine a situação do eleitor, que vê diariamente partidos se degladiando no Congresso Nacional, mas, muitas vezes, abraçados nas cidades. A busca de alianças sem base em programas de governo têm sido comum tanto à esquerda como à direita.
Soma-se a isso a falta de compromisso dos filiados com as direções partidárias. Cada vez mais, há apenas o projeto de poder de lideranças locais, desconectadas do que representam seus partidos.

Na semana que vem será instalada na Câmara dos Deputados uma comissão especial para debater novamente a reforma política. Importante acompanhar o debate acerca das coligações. O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) apresentou proposta de proibir os partidos de realizarem coligações no primeiro turno das eleições para presidente da República, governador e prefeito. Pode ser uma boa opção para reforçar as linhas programáticas de cada legenda.

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Deve haver nova tentativa para instituir o voto em lista, onde cada partido disponibiliza os nomes e o eleitor vota na lista e não em um deputado ou vereador específico. Outra opção é o voto misto, com escolha de um partido e de um candidato.
A classe política precisa se conscientizar que, sem uma reforma, o desinteresse pela democracia vai continuar aumentando.