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Esperança ameaçada

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Foto/Eduardo Metroviche
Foto/Eduardo Metroviche

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Clima é de apreensão na Ocupação Esperança, que reúne cerca de 1.500 famílias na zona Norte de Osasco. Termina neste sábado, 12, o prazo dado por um suposto homem misterioso que, armado, teria ameaçado os sem-teto caso não deixassem o terreno.

“No início do mês chegou um homem armado, por volta das 3h da manhã, bateu na porta de um barraco e falou que, se não saíssemos até o dia 12, iriam dar um jeito de tirar”, conta Avanilson Araújo, advogado do Movimento Luta Popular, organizador da ocupação.

“Estamos com medo, mas temos que superar”, afirma Rita de Cássia de Souza Silva, 19, que está desempregada. Eles evitam falar sobre suspeitas. “Uma ocupação como essa afeta muitos interesses econômicos, de pessoas poderosas”, avalia Araújo. De acordo com ele, o movimento tem buscado diálogo com a Secretaria do Estado da Segurança Pública para pedir proteção.

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Iniciada na noite de 23 de agosto, com cerca de 100 famílias, a ocupação cresceu rápido e hoje tem cerca de 1.500. As tendas de lona vão se tornando barracos de madeira. As cozinhas coletivas, de uma, já são três. E são construídos espaços de lazer e cultura, como um barracão de atividades para as crianças.

Com o crescimento da ocupação, os sem-teto passaram a pressionar o poder público por moradia. Eles fizeram dois protestos na Câmara de Osasco e receberam moção de apoio dos vereadores. Mas a Prefeitura não se mostra disposta a negociar. “Eles não podem furar a fila”, disse o secretário de Habitação, Sergio Gonçalves. O prefeito Jorge Lapas (PT) afirmou: “nosso critério [para atendimento em programas habitacionais] é pessoas que já estavam inscritas, na fila, em área de risco”.
Os sem-teto dizem que vão continuar os protestos e também tentam negociar com a Caixa Econômica Federal para o financiamento de projetos. O dono do terreno busca reintegração de posse na Justiça. (Leandro Conceição)

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