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Festas de fim de ano aumentam risco de colapso na Saúde e agravamento da pandemia, aponta Fiocruz

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Foto: Rawpixel.com/Freepik

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fez um alerta para a possibilidade de um colapso no sistema de saúde do país após as festas de fim de ano e período de férias, com a alta de novos casos da covid-19 nas capitais e no interior dos estados.

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“A circulação das pessoas no período de festas de fim de ano e férias deve acelerar a disseminação do vírus, que já circula com bastante velocidade e volta a ocupar os leitos hospitalares. A movimentação das pessoas tende a aumentar a necessidade de atendimento por outros agravos de saúde como os acidentes de trânsito, por exemplo”, afirma a instituição.

O alerta se deve ao aumento do número de casos e internações decorrentes da doença, que vem sendo registrado desde o início de novembro. De acordo com um estudo divulgado pela instituição, o sistema de saúde está menos preparado para atender à demanda por leitos de enfermarias e unidades de terapia intensiva (UTIs), tanto nas capitais como em cidades do interior dos estados, onde as ‘epidemias’ da doença, que antes seguiam em ritmos diferentes, avançam de forma sincronizada.

Sincronização das epidemias nas grandes cidades e no interior dos estados

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A nota técnica “O fim do ciclo de interiorização, a sincronização da epidemia e as dificuldades de atendimento nos hospitais”, desenvolvida pela equipe de pesquisa do Monitora Covid-19, descreve um agravamento na pandemia, composto por fatores como “a ocupação de leitos por outros problemas de saúde que ficaram represados durante o avanço da epidemia de covid-19; a maior circulação de pessoas; as dificuldades de identificação de casos e seus contatos devido à baixa testagem; e o relaxamento dos cuidados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene”.

O epidemiologista do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz) e um dos autores do estudo, Diego Xavier, afirma que, no início da epidemia no Brasil, houve uma demanda grande nas regiões metropolitanas, e só depois veio a interiorização da doença, num momento em que a incidência da covid-19 apresentava alguns sinais de estabilidade nas cidades maiores.

“Agora, a covid-19 está fortemente presente tanto nas regiões metropolitanas quanto nas cidades do interior. E a epidemia está sincronizada, não começa mais nas metrópoles para depois ir para o interior. Um novo aumento dos casos pressionará a capacidade do atendimento à saúde das regiões metropolitanas, reduzindo também seus recursos para atender a pacientes vindos do interior. Na maioria dos lugares, a assistência à saúde deverá ser incapaz de atender à demanda”, declara o epidemiologista.

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