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Gil diz que trabalho da deputada Bruna Furlan é “inexpressivo”

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O prefeito de Barueri, Gil Arantes (DEM). Foto: Eduardo Metroviche
O prefeito de Barueri, Gil Arantes (DEM). Foto: Eduardo Metroviche

O prefeito de Barueri, Gil Arantes (DEM). Foto: Eduardo Metroviche
O prefeito de Barueri, Gil Arantes (DEM). Foto: Eduardo Metroviche

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Jeferson Martinho e Fernando Augusto

Ao completar cinco meses de governo, o prefeito de Barueri, Gil Arantes (DEM), diz que o início da administração foi conturbado porque a administração anterior teria cortado serviços essenciais após perder a eleição. Além de criticar o ex-prefeito Rubens Furlan (PMDB), Arantes também falou sobre a atuação da deputada federal Bruna Furlan (PSDB): “com ela não tem diálogo, até porque já está há dois anos em Brasília e não tenho conhecimento de nada que ela possa ter trazido para Barueri”, disse.

O prefeito concedeu entrevista ao Visão Oeste nesta quinta-feira, em seu gabinete, e também falou sobre o principal problema da cidade atualmente, o atendimento de saúde. A intenção é recadastrar os moradores para desafogar o sistema, que recebe muitas pessoas das outras cidades da região, segundo Gil Arantes.

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O Sr. recentemente fez um balanço de 100 dias de governo. Esses 100 dias atenderam à sua expectativa?

O que atrapalhou um pouco foi que pegamos uma cidade que estava abandonada. Então, tivemos que colocar tudo em ordem, limpar a cidade, fazer a recuperação do asfalto. O início do ano foi bastante conturbado em função de receber uma cidade com inúmeros problemas que não eram esperados. Assumimos com quase 40% dos médicos em férias, outros receberam licença em janeiro. Isso conturbou bastante o início da administração.

Acha que isso foi proposital?

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Com certeza absoluta. É uma pena que ainda tenha político que faça esse tipo de coisa, porque o prejuízo maior é para a população, que o elegeu e o deixou representando tantos anos. Ele acabou prejudicando a população com essas atitudes egoístas.

Uma das áreas problemáticas e que acabou virando notícia em Barueri é a saúde…

O que acontece hoje em Barueri é que estamos recebendo pacientes da região toda. Barueri hoje não passa de 280 mil habitantes, mas nosso cadastro da saúde tem mais de 1 milhão de pessoas como se fossem moradores da cidade. Nos últimos anos começaram a fazer cadastro com endereço falso, trazendo pessoas de inúmeros lugares da região, e isso prejudica o atendimento do morador da cidade. No pronto socorro e no hospital a lei diz que temos que atender todos aqueles que vierem, mas tem a UBS, que é exclusividade dos moradores da cidade, vamos ter as Policlínicas que também são para os moradores, como os exames e os médicos de especialidades. Temos também uma farmácia municipal, que dá remédio de graça. Só que o correto é atender só os moradores da cidade, e hoje temos cadastrados quatro vezes o número de moradores que na realidade temos.

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É possível controlar isso?

O que estamos fazendo é recadastramento da população de Barueri, para que possam ter um cartão para ter esses benefícios.

Como serão identificadas as fraudes no cadastro?

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Quando você é um agente público que faz o cadastro, você tem que colocar o seu código. Se você cadastrar alguém que não reside na cidade é responsabilizado por isso. E depois de cadastrado vai se fazer aquela verificação por amostragem, para identificar onde houve irregularidade.

Vai haver limite de cadastros por residência?

Não, se chegar numa residência e provar que lá moram 20 pessoas, serão cadastradas. Mas, numa população de 280 mil, a verdade é que quem usufrui do serviço público de saúde não chega a 150mil, pois a grande parcela tem o seu plano de saúde e procura outros meios de tratamento.

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Na área de educação tem o mesmo problema?

Sim, a mesma coisa. Na educação nós conseguimos distribuir as apostilas para os alunos, na terça-feira termina a distribuição do kit escolar, já vamos começar a confecção de uniformes e fizemos várias mudanças para que nosso conceito, que é melhorar a qualidade de ensino, dê resultado. O trabalho não é somente construir prédios, mas preparar bem os professores e ter um ensino de qualidade. Para vocês terem uma ideia, de 100 escolas, 80% tinham algum problema por falta de manutenção. Tivemos até uma escola que tinha 11 salas de aula interditadas porque estava chovendo dentro. Então, no começo do ano tivemos que fazer reformas nas escolas, nas UBS; o parque da maturidade estava todo estragado, na promoção social chovia mais dentro do que fora. Todos esses equipamentos precisaram de reformas.

Houve problemas em relação a sumiço de cadastros? Isso aconteceu realmente?

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Na educação, no final do ano retiraram todos os computadores de todas as escolas e sumiram com todos os cadastros. Na habitação, a mesma coisa. Quando o poder público entrega um apartamento para alguém tem que ter um processo que justifique, cópia do contrato etc. Isso tudo também sumiu. Estamos chamando as pessoas que receberam os imóveis para montar esses processos, para que seja comprovado que foi uma entrega correta. Por outro lado, também entregaram apartamentos que não estavam prontos e que agora estamos terminando. E teve casos de pessoas que nem receberam ainda o apartamento e já vendeu. Significa que essa pessoa não estava precisando. Estamos fazendo sindicância para apurar todos esses casos.

O Sr. disse que encontrou Barueri em uma situação que não imaginava. Barueri não padece um pouco do estigma de cidade rica?

O que eu quis dizer é que Barueri sempre, mesmo em período de troca de governo, foi mantido aqueles serviços essenciais, manutenção, limpeza, tapa-buraco. O que aconteceu: como perderam a eleição cancelaram esses serviços. Foram três meses em que a cidade ficou abandonada. Começaram as chuvas, a quantidade de buracos aumenta e não foram tampados. As empresas que trabalham com a Prefeitura, no início do ano dão férias coletivas. Então, para nós deixarmos a cidade em ordem levou-se um mês e meio, quase dois. Hoje você anda pela cidade e percebe que está na normalidade. Não é estigma de cidade rica, é estigma de cidade bem administrada e sempre foi assim. Só que nesse final, a administração anterior realmente deixou muito a desejar e prejudicou a população.

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Noticiamos encontro do senhor com o Sindicato dos Metalúrgicos, onde foi discutida a questão da integração regional. O assunto foi notícia várias vezes e Barueri sempre foi colocada como culpada das conversas não andarem. A ideia é mudar isso? O consórcio regional é uma vontade de Barueri?

Recebi o [prefeito de Osasco Jorge] Lapas aqui semana passada e já deixei ele à vontade para marcar a data, que vou estar presente. Inclusive já falei com o prefeito de Jandira, de Itapevi, recebi o [Marmo] Cezar, prefeito de Santana de Parnaíba, conversei com o Gregório [Maglio, prefeito de Pirapora do Bom Jesus], estou disposto a participar e a colaborar.

As cidades têm problemas sérios no trânsito e na destinação do lixo. É possível ampliar a discussão desses problemas com os municípios?

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A ideia do consórcio é essa mesmo: discutir os problemas comuns. O sistema viário é um deles. Barueri paga um preço muito alto em função do acesso à Castello Branco. Morador de Itapevi, Jandira, principalmente, acessa a Castello por Barueri, tanto que nosso trânsito é muito acima do que a gente tem condições de receber. Até moradores de Carapicuíba fazem a opção, muitas vezes, para acessar a rodovia por Barueri. Isso cria um problema sério para a cidade. A gente está trabalhando, fazendo mudanças no sistema viário para tentar aumentar a fluidez. Então, se nós (municípios) nos unirmos, quem sabe conseguimos ajuda do governo estadual ou até do governo federal para ter soluções para o trânsito.

Como está o diálogo de Barueri com os governos estadual e federal?

Com o estadual não tenho problema nenhum, até porque fui deputado [estadual]. Sempre que preciso tenho procurado e estou sendo atendido. Com o governo federal é uma surpresa, nós estamos fazendo convênios e está surtindo efeito. Já saiu um convênio para a contratação de 31 médicos, temos um convênio para ser assinado com o Ministério das Cidades e também dos Esportes.

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A representação de Barueri na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa já foi maior e a deputada que representa a cidade em Brasília não é do seu grupo político. Como tem sido essa relação?

Com ela não tem diálogo, até porque já está há dois anos em Brasília e não tenho conhecimento de nada que ela possa ter trazido para Barueri. A grande verdade é que ela mais aproveita a imprensa para divulgar um encontro com alguém, uma foto, mas resultado de trabalho mesmo não existe. É inexpressivo o trabalho dela como deputada.

Vocês já tiveram algum encontro de trabalho?

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Não, e nem vamos ter. Não há possibilidade nenhuma de conversa nem com ela e nem com o pai dela. Hoje, nós temos um grupo político e vamos apresentar nosso candidato à população ano que vem. Pode ser que tenhamos representante de outro município aqui da região, desde que tenhamos uma aliança forte para conseguir recursos para Barueri. Hoje mesmo recebi o deputado federal Marcelo Aguiar, do PSD, já recebi o Marcos Neves (PSB), [João] Caramez (PSDB), [Fernando] Capez (PSDB). Sou um político que tem um bom trânsito com todos os partidos, só não tenho e não quero nenhuma aproximação com a deputada que foi eleita pela cidade.

E quem seria esse nome do seu grupo?

Isso ainda vai ser discutido dentro do grupo político. Vai começar a ter um amadurecimento disso a partir de junho.

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É projeto de Barueri fazer representante nas Câmaras federal e estadual?

Sim, e nós temos compromisso com todos os partidos que fizeram parte da nossa coligação. Vamos trabalhar junto com eles para que a gente possa sair fortalecido do processo eleitoral do ano que vem e termos mais representantes em Brasília.

Qual a prioridade número um nesse momento?

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É a saúde. Precisamos organizar e descentralizar a saúde. Tanto que agora em maio vamos inaugurar a Policlínica do Jardim Silveira. Uma policlínica de verdade, porque a anterior tinha três médicos e não tinha condições de fazer exames. O projeto seguinte é o PS do Engenho Novo e queremos ver se ainda nesse ano conseguimos inaugurar uma policlínica lá no Engenho Novo, já tem um prédio que alugamos e está sendo reformado. O projeto da saúde é levar o atendimento para os bairros. Temos projetos para o Pq. Imperial, Belval, Paulista.

Em quanto tempo acredita que pode regularizar a fila dos exames em Barueri?

Já estamos começando a regularizar. Nós contratamos esses exames e alguns nós já estamos chamando as pessoas. Tivemos que contratar uma empresa para fazer os exames, porque dentro do nosso sistema de saúde não seria possível.

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Foi polêmica durante a sua campanha a participação do PT, que depois foi vetada pela direção do partido. Mas alguns membros do partido fazem parte do seu governo e estariam sendo cobrados a deixar seus cargos. Como avalia isso?

Com relação ao problema partidário respeito a posição do partido, mas quem decide a situação vão ser as pessoas que hoje fazem parte do meu governo. Eles devem decidir se continuam ou não. Eu os convidei, um deles foi o primeiro vereador do PT na cidade, o Agnério [Neri], hoje superintendente da Fieb, está fazendo um trabalho sério e gostaria muito que ele pudesse continuar conosco. Mas se o partido pressionar ele vai ter que tomar a decisão. Havia uma conversa de possibilidade do PT não ter candidato a prefeito em Barueri, deixando os candidatos a vereador do partido livres para apoiar quem desejassem. Mas houve uma imposição por parte do diretório estadual de que o PT de Barueri tivesse um candidato próprio. É muito estranho, até porque conversamos com todas as lideranças do PT e as conversas estavam caminhando. Quem perdeu foi o partido na cidade, que hoje não tem nenhum vereador, deixou de crescer em função de uma decisão de uma ou outra pessoa.

Nos 100 dias de governo o sr. falou sobre estudos para terceirizar a administração da Arena, que dá prejuízo para a cidade. Isso está sendo feito?

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Já recebemos empresas interessadas e estamos avaliando qual será o melhor caminho. Cada um tem um projeto e estamos avaliando as propostas. Vamos ver o que é viável, que não prejudique a população que mora em torno do estádio, que hoje é deficitário. A manutenção custa mais de R$ 300 mil por mês e não tem retorno nenhum para a cidade. Se pelo menos nós conseguirmos evitar o prejuízo, a cidade já estará ganhando.

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3 COMENTÁRIOS

  1. TO com o Gil Arantes se analisarmos , bem a bruna nada fez pelo povo de barueri, conheci a bruna quando seu pai a apresentou pela primeira vez num palanque na cidade . não vejo nada , porque votar em alguem assim, aprecio a jovem do rio grande do sul que luta por sua terra.

  2. sou morador de Barueri ha mais de 30 anos e votei no Gil, ja estamos ha quase 2 anos dessa administraçao e nada mudou, ta a mesma coisa, as consultas estao saindo pra 4 meses, vamos parar de culpar a administraçao passada e vamos trabalhar, aff

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