A vida dos paulistas, em especial os moradores da Capital e das regiões metropolitanas, incluindo a nossa, não está sendo muito fácil nos últimos dias. Bastou a chegada do período da chuvas para amplificar — além do grave problema da falta d’água – também a precariedade dos serviços de fornecimento de energia elétrica.
Bastou a chegada das chuvas para mostrar precariedade do fornecimento de energia
E o pior, a volta das chuvas (que chegam causando as inundações de sempre), nem mesmo anula o problema anterior: os níveis das reservas da Cantareira e do Alto Tietê, continuam decaindo. Apenas o sistema Guarapiranga tem se beneficiado das intensas chuvas que estão atingindo as regiões metropolitanas.
No caso da rede elétrica, a justificativa da Eletropaulo para as quedas de energia e prolongadas falhas no fornecimento não poderia ser mais prosaica: danos provocados por quedas de árvores e equipamentos danificados por raios. Mas isso tem ocorrido com tal intensidade e os consertos, em muitos casos, com tamanha morosidade, que é natural que os usuários comecem a duvidar da capacidade da concessionária em atender à demanda. Em alguns casos, a demora no atendimento veio acompanhada de graves riscos, como o episódio ocorrido há duas semanas, com a maternidade Amador Aguiar. Não foi por acaso que a concessionária foi condenada a pagar multa.
E vai ficar ainda mais complicado: a partir de agora, caberá aos municípios assumirem, por exemplo, a responsabilidade pela iluminação pública, e não mais à Eletropaulo. Assim como já ocorre com parte da merenda, parcela dos funcionários de fóruns e outros serviços, apenas para citar alguns exemplos. Aos poucos, o Estado vai transferindo suas tarefas à ponta mais fraca da corda, sem que haja, de fato, uma rediscussão efetiva da distribuição de impostos e responsabilidades.
