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Jornal relembra história do “Vampiro” de Osasco

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Fotos: reprodução

Nesta sexta-feira, 3, a coluna “Saiu no NP” no site da Folha de S. Paulo destaca a história do “Vampiro de Osasco”, que ganhou as páginas do lendário jornal Notícias Populares na década de 1970.

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O assunto entrou em pauta em 13 junho de 1973, quando o NP publicou a seguinte chamada na capa: “Vampiro de Osasco mata e bebe sangue de onze cachorros”, se baseando supostamente em uma denúncia de um morador do Helena Maria. Ele dizia ter encontrado seu cachorro morto, com as veias do pescoço expostas e sem uma gota de sangue.

Em seguida, vizinhos relataram casos semelhantes e o boato foi crescendo. Moradores de Osasco passaram a recolher os animais assim que começava a escurecer. “Crucifixos foram espalhados por toda a parte, como pede a crendice”, lembra o texto de Claudia Crescente na Folha.

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No dia 21 de junho de 1973, o jornal trouxe uma matéria com o depoimento de um cobrador de ônibus que tentou dialogar com o monstro, um “homem branco, meio forte”, no Jardim Roberto, e ele tinha até sotaque americano. Ele relatou que resmungando, o “vampiro” entrou em um jipe estacionado na escuridão e fugiu.

A polícia atribui os assassinados de cachorros a uma jaguatirica, mas a população não se convenceu. Depois, uma jovem disse ter sido perseguida pelo “vampiro” quando saía para o trabalho, nas imediações do Jardim Veloso. “Ele parece um homem-macaco”, relatou ela ao “NP”.

Com o desespero crescente dos moradores, o jornal decidiu acabar com a brincadeira e convocou Zé do Caixão para cravar: “O vampiro de Osasco não existe. O único Drácula brasileiro sou eu. E não sou doido de beber sangue: bebo vinho do bom”.

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“O personagem do cineasta José Mojica Marins liderou uma procissão na cidade rumo ao cemitério para enterrar de vez a lenda. A multidão entoava marchinhas adaptadas: ‘Você pensa que o vampiro existe, vampiro não existe não. / Vampiro é de mentirinha, quem diz é o Zé do Caixão!’. Na porta do cemitério, o grupo levantou os braços e expulsou simbolicamente o monstro da cidade”, destaca a Folha.

“Para Zé do Caixão, tudo não passou de um mal-entendido: a jaguatirica matou uns cães e ‘alguma pessoa, apaixonada pelo sensacionalismo, aproveitou a ‘onda'”.

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