Início Cidades José Pereira Neto: 54 anos de emancipação de Osasco e a evolução...

José Pereira Neto: 54 anos de emancipação de Osasco e a evolução do movimento sindical na cidade

0
O presidente do Secor, José Pereira Neto
José Pereira Neto - presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (Secor)

O presidente do Secor, José Pereira Neto
José Pereira Neto – presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco e Região (Secor)

publicidade

No dia em que comemoramos 54 anos de emancipação de Osasco, relembramos o movimento sindical de nossa cidade, que, a cada dia, demonstra dedicação, garra e compromisso, não apenas com os trabalhadores da região, mas com todo o país. Em Osasco, há anos, lutamos pelo fim da ditadura que assombrava o país e nossa liberdade de manifestar; brigamos pelo direito à greve e ainda continuamos atuando com força pela conquista de direitos e dignidade para as categorias de nossa cidade.

Em 1964, as organizações operárias já atuavam e tinham força em suas reivindicações políticas e econômicas. No entanto, após o golpe militar, os brasileiros sofriam com as leis que impediam a livre organização e a luta da classe operária, causando o regresso dessas lutas. Para os militares, calar o movimento sindical foi essencial para implementar a redução dos direitos sociais e o arrocho salarial. É neste contexto que a greve de Osasco, em 1968, se torna um dos marcos mais importantes da história do movimento sindical e da luta da classe operária de todo o Brasil.

Ainda em 1967, mais de 40 sindicatos do estado de São Paulo criaram o Movimento Intersindical Antiarrocho (MIA), para pressionar o governo e acabar com o arrocho. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco na época, José Ibrahim, convocou os operários para uma manifestação no 1º de maio. No entanto, após conflitos, o Movimento foi dissolvido. Revoltados, os trabalhadores começaram a ficar agitados e a repercussão chegou ao polo industrial de Osasco.
Assim, em julho de 68, cerca de três mil trabalhadores ocuparam a Cobrasma, o que foi o início de uma grande greve e trouxe para a cidade e para o país o renascimento do movimento sindical. A paralisação se estendeu também para outras indústrias de Osasco, como Braseixos, Barreto Keller e Lonaflex.

publicidade

Os trabalhadores envolvidos foram reprimidos e o Ministério do Trabalho decretou intervenção no Sindicato dos Metalúrgicos. Outras indústrias ocupadas pelos operários foram cercadas pelos militares, grande parte da diretoria do Sindicato foi cassada e muitas pessoas, presas.

Os trabalhadores voltaram ao trabalho após o terceiro dia, mas o movimento sindical, assim como sua organização, liberdade e autonomia marcaram nossa história. Neste momento, não poderia deixar de lembrar do companheiro Joaquim Miranda Sobrinho, peça fundamental contra as forças repressivas da ditadura e símbolo na região por sua luta pelos trabalhadores.

Na época, nosso Sindicato ainda era a Associação Profissional dos Empregados do Comércio de Osasco (APECO) e era presidido por Inácio Santamaría Garcia. Com o tempo, passamos a participar de lutas gerais da classe trabalhadora, grandes greves e do movimento social da região, além de ampliar nossa representação. Assumi como presidente em 1991.

publicidade

Sindicatos de grande representatividade começaram a surgir em Osasco e a nossa união traz cada vez mais conquistas para a cidade e seus trabalhadores. A história da greve sobrevive até hoje, assim como o movimento sindical da região, que não abaixa a cabeça para ninguém! Osasco completa 54 anos de muita luta e dedicação junto aos trabalhadores, valores que nos levaram ao reconhecimento nacional como a “cidade trabalho”. Nosso Sindicato tem muito orgulho de representar trabalhadores osasquenses e, por isso, continuaremos sempre lutando!

publicidade