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Luta das Mães de Maio por justiça é homenageada na Câmara de Osasco

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A luta das mulheres que integram o Movimento Mães de Maio foi reconhecida oficialmente pela Câmara Municipal de Osasco. Uma Sessão Solene, proposta pelo Vereador Batista Comunidade (Avante) e realizada no último dia 6, marcou as homenagens ao coletivo, que une mães que tiveram as vidas de seus filhos ceifadas por agentes do Estado e continuam clamando por justiça.

A organizadora do Movimento, Debora Maria da Silva, foi homenageada com um Cartão de Prata, em reconhecimento à luta e ao trabalho de união que promove. Já o Movimento Mães de Maio foi agraciado com uma Placa Comemorativa.

A entrega das honrarias aconteceu em clima de reflexão sobre a violência contra jovens pobres que vivem nas periferias. Segundo o Atlas da Violência, entre 2006 e 2016, o Brasil registrou aumento de 23,3% no número de assassinatos a jovens, sobretudo na faixa etária entre 15 e 19 anos, que responde por quase 50% das mortes.

Foi esse cenário que, levou à criação do Movimento Mães de Maio, em 2006. Na época, uma onda de violência culminou na morte de 500 pessoas no Estado de São Paulo, em represálias a ataques e ameaças promovidos pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo o relatório Análise dos Ataques do PCC em São Paulo, há indícios de participação de policiais em 122 execuções.

Muitos inocentes tiveram a vida ceifada injustamente, segundo o movimento, e um deles foi o filho de Débora. A ativista, assim como centenas de mulheres e familiares que integram o coletivo, continuam lutando para que se faça justiça e seus filhos não sejam tratados como criminosos. “Essa luta me alimenta. Ninguém intimida as Mães de Maio. Estamos apontando o dedo para pedir transformação”, afirmou Débora.

A líder das Mães de Maio de Osasco e Barueri, Zilda Maria de Paula, lamentou que a violência ainda continue a atingir jovens da região e comentou sobre o conforto que o Movimento lhe dá, após perder o filho na Chacina de Osasco e Barueri. “A partir daquele dia que meu filho morreu, costumo dizer que eu morri junto. E o luto se transformou em luta. Agradeço muito essas mães, pois adotei todos esses meninos”.

O autor da homenagem, Vereador Batista Comunidade, elogiou o trabalho e a luta das mães que participam do Movimento. “Que Deus dê forças para que vocês continuem esse trabalho maravilhoso”.

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