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Maximiliano Nagl Garcez: A terceirização e o impeachment

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Por: Maximiliano Nagl Garcez (foto) - advogado e consultor de entidades sindicais. Diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas – ALAL. [email protected] Felipe Gomes da Silva Vasconcellos - advogado de entidades sindicais e mestre em Direito do Trabalho pela USP ([email protected])

Maximiliano Nagl Garcez, advogado e consultor de entidades sindicais. Diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas – ALAL. max@advocaciagarcez.adv.br
Maximiliano Nagl Garcez, advogado e consultor de entidades sindicais. Diretor para Assuntos Legislativos da Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas – ALAL. [email protected]

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No penúltimo domingo (17), a Câmara dos Deputados aprovou o prosseguimento do impeachment da presidenta Dilma. Diferentemente dos meios de comunicação daqui, a imprensa internacional não deixou de noticiar tal votação como um absurdo já que contra a presidenta não pesa nenhuma denúncia de corrupção, o que não pode ser afirmado para muitos dos 367 deputados que votaram pelo impeachment.

Ainda mais vergonhoso foi ver as homenagens que motivavam os políticos a votar pelo “sim”: pais, avós, filhos, netos, cônjuges, sogras, enfim, a família toda foi desculpa para votar a favor do golpe.

Também pudera. Em primeiro lugar, os políticos não poderiam votar a favor do impeachment por motivos técnicos, simplesmente porque eles não existem: a presidenta não praticou qualquer ato que justificasse a cassação de seu mandato.

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Em segundo lugar, pelos discursos, percebemos que tais votos são feitos pensando muito mais nas próprias famílias dos políticos do que no povo e, sobretudo, nos trabalhadores que os elegeram.

Fizemos um estudo e percebemos que a grande maioria dos deputados (70,57%) que votaram a favor do golpe, também foram favoráveis ao terrível projeto de lei da terceirização, aprovado ano passado. E, de outro lado, dos 298 deputados que votaram a favor da terceirização, 252 deles (84,56%) votaram a favor do golpe.

Mais uma vez, fica claro ver que o golpe não é apenas contra a Dilma, ou contra o PT, mas é um golpe contra toda a classe trabalhadora brasileira.

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Ao votar pensando em seus interesses privados (suas famílias, por exemplo), os deputados contribuem para que os trabalhadores tenham cada vez menos direitos e condições de vida cada vez mais difíceis.

Uma hipotética aprovação do impeachment, além de ser um duro golpe contra nossa jovem democracia, também abrirá as portas para que aqueles políticos que nunca pensaram para além de suas famílias destruam as conquistas sociais que os brasileiros garantiram nos últimos anos.

A lista completa de como os deputados votaram quanto ao golpe e à terceirização está disponível em http://bit.ly/1pLS5H3

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