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“Merenda em Casa”: governo de São Paulo vai pagar R$ 55 mensais a famílias de alunos carentes

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Foto: reprodução

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje (25) que o programa “Merenda em Casa” vai oferecer R$ 55 por mês para 700 mil estudantes de famílias carentes do estado e que constam do Cadastro Único do governo federal.

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Segundo o governador, a medida começará a ser implantada no dia 1º de abril e valerá enquanto as aulas estiverem suspensas no estado.

Doria informou que os recursos serão de R$ 40,5 milhões por mês. “A medida vai perdurar enquanto as aulas estiverem suspensas. É uma medida protetiva, de atenção às famílias e às crianças mais vulneráveis do nosso estado. O valor é suficiente para comprar uma cesta básica”, afirmou o governador.

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Para identificar os alunos com direito aos R$ 55 mensais do programa “Merenda em Casa”, haverá um cruzamento de dados entre as bases da Secretaria de Estado da Educação e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Dessa forma, as duas pastas poderão identificar alunos em extrema pobreza inseridos no Cadastro Único, sejam eles beneficiários do Bolsa Família ou não.

O montante será repassado pela Secretaria da Educação para a Secretaria de Desenvolvimento Social, que, por sua vez, fará o repasse às famílias. “Essa ação vai evitar, por exemplo, que um aluno que ainda não tenha CPF e seu responsável indicado na matrícula na rede estadual não esteja inserido no Cadastro Único deixe de ser beneficiado”, explicou o secretário de Educação, Rossieli Soares.

Com o pagamento do auxílio, o Governo de São Paulo quer garantir que os alunos mais vulneráveis, que se alimentam diariamente das refeições servidas nas escolas, não fiquem desassistidos.

Vacinação em policiais

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Outra medida anunciada hoje é a antecipação da vacina de gripe para as forças policiais do estado, como policiais, bombeiros e agentes penitenciários. A vacinação terá início no no dia 30 deste mês e a expectativa é vacinar 100 mil pessoas.

Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, nos dois primeiros dias de vacinação contra a gripe, que envolve principalmente idosos, 667 mil pessoas foram imunizadas na cidade. A vacinação na capital paulista está ocorrendo em 468 unidades básicas de saúde e em 450 escolas. A intenção é vacinar 1,8 milhão de idosos na capital.

Casos

O estado de São Paulo tem 810 casos confirmados de coronavírus, com 40 mortes. Dos 40 óbitos, apenas três são de pessoas menores de 60 anos, que tinham comorbidades. Há ainda 59 pacientes internados em unidades de terapia intensiva.

Reunião com Bolsonaro

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Doria e os demais governadores dos estados do Sudeste reuniram-se na manhã desta quarta-feira com o presidente Jair Bolsonaro. Por meio das redes sociais e durante entrevista coletiva realizada na tarde de hoje após a reunião, Doria criticou o pronunciamento feito pelo presidente na noite de ontem (24) em que Bolsonaro pediu aos governadores a suspensão de medidas mais restritivas no combate ao coronavírus.

“Não é hora de separatismo, não é hora de rivalidades. É hora de todos estarmos juntos no combate a essa gravíssima crise. Posicionei ao presidente Jair Bolsonaro que eu havia ficado decepcionado com a intervenção feita por ele na noite de ontem, em rede nacional de televisão. Discordei do posicionamento do presidente, entendendo que, para os brasileiros de São Paulo, e represento 46 milhões de brasileiros, o conteúdo do que ele disse foi absolutamente equivocado e sem sintonia inclusive com as orientações do próprio Ministério da Saúde”, disse Doria.

“Não é uma gripezinha ou um resfriadinho. É um assunto sério, difícil e a maior crise de saúde pública da história do país”, acrescentou.  “Não há nenhuma razão para o abrandamento do isolamento. Estamos seguindo protocolos internacionais”, informou.

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Outro assunto abordado na reunião com o presidente, segundo Doria, foi a possibilidade de confisco de respiradores por parte do governo federal. “Havia surgido a notícia de que o Ministério da Saúde centralizaria e confiscaria dos fabricantes os respiradores, todos produzidos aqui em São Paulo, fora os importados. Mas em São Paulo não vamos permitir que isso aconteça. Se for necessário, entraremos no Supremo Tribunal Federal. De São Paulo não se confisca medicamentos nem equipamentos. Tenho certeza de que não ocorrerá, mas se ocorrer, vamos tomar as medidas”, disse o governador.

Segundo Doria, os governadores de todo o país vão se reunir hoje, às 16h, por teleconferência, para discutir a grave situação do país e também as ações adotadas pelo presidente da República.

O pronunciamento de Bolsonaro também repercutiu entre outras autoridades políticas e a sociedade civil.

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Ontem  à noite, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o vice-presidente da Casa, Antonio Anastasia, divulgaram nota em que afirmam que o momento é de união. “Reafirmamos e insistimos: não é momento de ataque à imprensa e a outros gestores públicos. É momento de união, de serenidade e equilíbrio. A Nação espera do líder do Executivo, mais do que nunca, transparência, seriedade e responsabilidade.”

A Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou, em nota, que a fala do presidente podem dar a falsa impressão à população de que as medidas de contenção social são inadequadas. A entidade considera “temerário” afirmar que as mortes na Itália sejam relacionadas apenas ao clima frio do inverno europeu. “A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil.”

Com Agência Brasil

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