Início Trabalho “Ministério está sucateado”

“Ministério está sucateado”

0

Em reunião na terça-feira, 18, em Osasco, sindicalistas da região chamaram a atenção do superintendente regional de São Paulo do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, para as condições precárias da Gerência Regional do Trabalho em Osasco e a falta de fiscalização dos acidentes de trabalho. Medeiros admitiu que “o Ministério do Trabalho está sucateado”.

publicidade

“Não é possível o fiscal levar três meses após o acidente de trabalho para ir à empresa”, protestou o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, Carlos Aparício Clemente. “Hoje, depois de um acidente, até a chegada do fiscal, a empresa já fez as adaptações necessárias para a avaliação”.

“Se tiver que pagar pedágio, fiscais não vão [às empresas]”

Os sindicalistas apresentaram o exemplo de um metalúrgico que teve as mãos amputadas em uma máquina. Após três meses, a empresa não foi fiscalizada.
“Há 20 anos, quando acontecia um acidente de trabalho, o fiscal ia à empresa em até 5 dias e o sindicato recebia o relatório em 41 dias. Hoje, demoramos seis meses para receber relatório”, disse Clemente. A região tem apenas 16 fiscais para 15 municípios. “Nós entendemos que a necessidade é 63”.

publicidade

Nos últimos cinco anos, a Previdência Social registrou mais de 55 mil acidentes na região e cerca de 1,8 mil doenças de trabalho.

Medeiros pede que centrais se mobilizem

O superintendente regional do Ministério do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros, admitiu os problemas. “Temos dificuldade de licenciar carros de fiscalização, não tem verba. Os fiscais, quando vão fiscalizar em outras cidades, se tiver que pagar pedágio, não vão, não têm dinheiro. O salário do pessoal é absolutamente baixo”, disse Medeiros, em entrevista ao Visão Oeste, admitindo que isso afeta a fiscalização.
Ex-presidente da Força Sindical, Medeiros pediu mobilização das centrais sindicais: “Tem que tomar medidas duras para que o Legislativo, o governo, ouçam a voz dos sindicatos”. Funcionário da pasta, diz não temer represálias pela denuncia. “O ministro (Manoel Dias) sabe do meu pensamento e estamos lutando para sensibilizar a República, o Congresso, os deputados, senadores”.

publicidade