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Miro: A agressão a Padilha e o ódio fascista

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Altamiro Borges é jornalista. Publicado no Blog do Miro

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Fabricado pela mídia venal e disseminado pelas redes sociais, o ódio fascista tem crescido no Brasil. Na semana passada, Alexandre Padilha, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, foi mais uma vítima desta onda de intolerância. O empresário Danilo Amaral, que tem no seu triste currículo a falência da companhia aérea BRA e a ligação com os abutres rentistas, disparou impropérios contra o petista durante almoço num restaurante no bairro do Itaim Bibi, numa área nobre da capital paulista. A agressão foi filmada e o vídeo agitou a internet neste final de semana.

Esta não foi a primeira nem será a última investida de cunho fascista no país. Nas recentes marchas lideradas por grupelhos de direita esta onda de ódio – que estava encubada – mostrou a sua face assustadora. Os manifestantes – que não escondiam sua origem elitista – reivindicaram a volta da ditadura militar, aplaudiram famosos torturadores e destilaram veneno, no pior nível, contra Lula, Dilma e as forças de esquerda. Diante de um prédio ocupado por sem-teto na capital paulista, eles rosnaram: “Vagabundos”, “vai para Cuba” e outros chavões fascistóides.

Antes de Alexandre Padilha, outro ministro petista já tinha sido alvo de agressões. Em fevereiro, ao levar sua esposa para realizar uma sessão de tratamento do câncer no Hospital Albert Einstein, o ex-ministro Guido Mantega (Fazenda) foi “expulso” do local aos berros histéricos de “vai para o SUS” e “vai para Cuba”. O presidente da instituição privada, um sionista famoso pelas opiniões direitistas, até tentou atenuar a ação macabra e criminosa. Em nota, o hospital – que recebe recursos milionários do SUS – afirmou que “recebe igualmente a todos… e rechaça qualquer atitude de intolerância em seu ambiente”. Nada foi apurado, ninguém foi punido e a mídia simplesmente deu sumiço no episódio lamentável.

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Merval Pereira, o “imortal” que não escamoteia seu ódio doentio ao “lulopetismo”, até justificou a barbárie. Em artigo repugnante publicado no jornal O Globo, ele afirmou que a agressão ao ex-ministro Guido Mantega é “reflexo do estilo agressivo de fazer política que o PT levou adiante no país nos últimos 12 anos”. Para ele, a cena corroborou a tese das forças golpistas. “O importante a notar é que o impeachment já se tornou um tema inevitável nas análises sobre o futuro do país, e seria hipocrisia tratá-lo como algo de que não se deve falar. O país está convulsionado, e sem uma liderança com grandeza que possa levar a acordos políticos indispensáveis para a superação do impasse que se avizinha”.

Estas e outras cenas de intolerância, sempre alimentadas pela mídia privada, exigem rápida resposta dos poderes públicos e imediata repulsa das forças democráticas do país. Não dá para silenciar diante de idiotas fascistas, como o empresário Danilo Amaral ou os agressores macabros do Hospital Albert Einstein. É urgente polemizar com os “imortais” da imprensa privada, que seguem chocando o ovo da serpente fascista. Neste sentido, cabe parabenizar mais uma vez o escritor e jornalista Fernando Morais, que postou na sua página no Facebook uma dura resposta aos fascistóides que resolveram sair do armário. Sua reação indignada deveria servir de exemplo para outros democratas. Vale conferir:

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Cada vez que um vagabundo insulta em público alguém do governo (como aconteceu meses atrás com o Guido Mantega num hospital e ontem num restaurante com o Alexandre Padilha), fica fácil entender por que São Paulo virou um cemitério de elefantes de extrema direita. Primeiro foi o Roberto Freire. Depois o Bolsonaro Filho. Agora é o Roberto Jefferson que ameaça se candidatar a deputado por São Paulo. Muito apropriado. Aqui é o ninho onde eles estão chocando o ovo da serpente.

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