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Não é o caso de esperar milagre

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O anúncio do nome do Cardeal Jorge Mario Bergoglio para o posto de líder do mundo católico, o novo Papa Francisco, encheu de esperanças e comoveu milhões de religiosos em todo o planeta, católicos ou não. Em parte mais pelo inusitado da passagem meteórica de seu antecessor, o Papa Emérito Bento XVI, e sua inesperada renúncia. A última renúncia de um pontífice havia acontecido há 600 anos.

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Escolhido lá “no fim do mundo”, como o próprio Papa Francisco brincou, ele agora encarna todas as expectativas de mudanças na condução dos destinos de uma estrutura milenar. Não por acaso. Sua escolha representa de fato algumas inovações importantes, como ser o primeiro pontífice da América Latina, um jesuíta, que fez a opção pelos pobres. Crítico ferrenho das desigualdades sociais, também brinda o mundo com uma simbologia importante na escolha do nome Francisco, figura que expressa humildade e o retorno às origens do papel da Igreja.

Papa encarna todas as expectativas de mudanças em uma estrutura milenar

Com tudo isso, e pela trajetória de vida de Bergoglio, parece natural que se fortaleçam as vozes que clamam por reformas e modernização na Igreja Católica. Ele terá a difícil tarefa de restaurar a imagem de uma Cúria arranhada por escândalos e uma igreja imersa em críticas pela estagnação.

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Algumas expectativas, no entanto, podem estar supervalorizadas. As correntes reformistas – não raro externas à própria Igreja – insistem em ignorar o fato de que a instituição não é muito afeta às novas tendências. É, aliás, um comportamento típico das instituições milenares, que, hoje em dia, não são muitas. Com a licença literária do trocadilho, há de se considerar que não é o caso de se esperar milagres, apesar do novo contexto.

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