Início Destaque Nilson Cadeirante apresenta vídeos com versão que poderia inocentá-lo

Nilson Cadeirante apresenta vídeos com versão que poderia inocentá-lo

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Vereador é acusado de ter ficado com metade do salário de assessor / Foto: Francysco Souza

Na noite da quinta-feira, 13, o jornal Visão Oeste recebeu a informação de que o vereador Nilson Cadeirante (SDD) apresentaria à imprensa, em seu gabinete, na manhã desta sexta-feira, 14, os vídeos que ao longo das últimas semanas vinha afirmando dispor e que mudariam os rumos da investigação sobre seu mandato. Desde o final de janeiro, Cadeirante está sendo investigado por causa de imagens veiculadas pela TV Record denunciando o parlamentar por supostamente ter ficado com parte do salário do ex-assessor Erivelto da Silva Carvalho. As imagens foram gravadas pelo próprio ex-funcionário.

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Cumprindo a promessa, o vereador não apenas disponibilizou ao Visão Oeste os vídeos que contam, segundo ele, outra versão dos fatos, como concedeu entrevista sobre o caso e apresentou mais documentos. As cópias dos vídeos entregues à nossa equipe e outros jornalistas presentes passaram por edição, mas Nilson garante que entregou o material bruto ao Ministério Público, que iniciou a investigação do caso no dia 28 de janeiro.

Em um dos vídeos, Nilson conversa com Erivelto e o questiona se alguma vez houve divisão de salário com o vereador. O ex- funcionário nega. O jovem ainda diz que sabe os motivos que o levaram a fazer a filmagem e, após um pedido do vereador, compromete-se a fazer uma declaração afirmando que nunca houve partilha do pagamento com o parlamentar. Ainda nas imagens, os dois conversam sobre o irmão do ex- assessor que também teria ajudado Nilson na campanha e, magoado por não ter conseguido um cargo no gabinete, teria espalhado cópias do vídeo pela cidade.

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Num segundo vídeo Nilson mostra imagens do carro que seria de sua esposa, após a queda em uma ribanceira, num acidente que teria sido causado por Erivelto. O vereador voltou a afirmar que, nas imagens veiculadas pela TV Record, o valor que o ex- assessor entrega a ele refere-se justamente ao conserto do veículo, que teria custado o valor total de R$1.700.

 

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Vereador acredita em “armação do Presidente”

Segundo Nilson Cadeirante, toda essa situação teria sido uma tentativa de “golpe” contra ele. Para validar sua teoria, o parlamentar disponibilizou um terceiro vídeo em que aparece o presidente da Câmara Municipal, Nequinho Desanti (do mesmo SDD) em reunião com outras pessoas.

Nas imagens não é possível identificar os demais, apesar das legendas indicarem serem também vereadores. A gravação apresenta Nequinho relatando uma conversa com Dr. Rogério (PC do B), vereador a quem teria consultado na condição de advogado. “Se a carta que o senhor pediu para o menino [ex-assessor de Cadeirante] trazer aqui, for aquela carta da denúncia, nós estamos todos encrencados, porque acusa duas coisas ali… não é só do dinheiro, do fantasma… quando pega fantasma, pega funcionário e quando pega funcionário, pega todos nós”, explica Nequinho no vídeo.

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Ao final do dialogo o presidente explica a ideia que atribui ao Dr. Rogério, de pedir para o jovem fazer uma carta apenas com a denúncia sobre partilha de dinheiro. “O Dr. Rogério falou: o senhor tem condições de pegar o moleque e ele te fazer outra carta só com a denúncia do vídeo? Falei posso tentar”, disse Nequinho na filmagem.

Ainda de acordo com Nilson, a reunião foi realizada no dia 10 de janeiro. A data é importante porque, segundo o parlamentar, é anterior à veiculação da denúncia, e o presidente Nequinho afirmou diversas vezes à imprensa desconhecer o caso antes da exibição pela TV Record, no dia 24 de janeiro. “Hoje eu quero disponibilizar para vocês um vídeo que mostra o presidente da Casa fazendo toda a armação contra mim”, disparou Cadeirante ao apresentar as imagens.

Procurado pela reportagem do Visão Oeste, Nequinho afirmou que o vídeo é verídico e que a reunião foi realizada para discutir a repercussão da denúncia. “Nós estávamos em recesso e eu convoquei todos os vereadores que estavam na casa para uma conversa na minha sala, pois eu estava preocupado com o Legislativo. Não me lembro a data da reunião e quais eram os vereadores presentes”, relatou.

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Sobre a conversa com o Dr. Rogério, ele diz que pediu orientação sobre o caso. “Ele me orientou a apurar a denúncia e que seria bom o menino [Erivelto] fazer uma carta de próprio punho com a denúncia e entregar a Comissão de Ética”, explicou.

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