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Nise Yamaguchi diz que foi humilhada na CPI da Covid e processa senadores

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Nise Yamaguchi
Médica Nise Yamaguchi processa senadores após prestar depoimento na CPI da Covid / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A médica Nise Yamaguchi, defensora da cloroquina no tratamento da covid-19, publicou uma carta aberta, neste domingo (20), em que afirma ter sido alvo de “humilhação” e “desrespeito” durante o seu depoimento à CPI, em 1° de junho.

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No texto, a oncologista diz que acionou a Justiça contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM) e Otto Alencar (PSD-BA) por danos morais. “São notórios e de conhecimento nacional o desrespeito e a humilhação por mim sofridos durante o depoimento prestado à CPI da pandemia no Senado Federal no dia 1º de junho de 2021″, declarou a médica no documento.

Yamaguchi afirmou que foi interrompida várias vezes durante seu depoimento. “Ignoraram meus argumentos e atribuíram a mim palavras que não pronunciei. Não foi por falta de conhecimento que deixei de reagir, mas, sim, por educação. Não iria alterar a minha essência para atender a nítidos interesses políticos”, continuou.

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A oncologista é apontada pela comissão como uma das conselheiras do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), suspeita de integrar “suposto gabinete paralelo” dentro do governo sobre ações relacionadas à pandemia. Nise teve ainda o nome citado na lista das pessoas que passaram à condição de investigadas pela CPI, divulgada na sexta-feira (18).

A audiência em que Nise prestou depoimento foi marcada por bate boca e até menção ao bordão utilizado pelo ex-BBB Gil do Vigor: “O Brasil tá lascado”, após a médica ser questionada por Renan Calheiros (MDB-AL) e esclarecer sua tese sobre imunidade de rebanho.

Ainda durante a audiência, o senador Otto Alencar (PSD-BA), um dos alvos do processo judicial da médica, crítico das ações do governo na pandemia e contrário ao uso da cloroquina, chamou atenção ao questionar se Nise sabia a diferença entre um vírus e um protozoário. A médica se complicou ao responder.

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“Foi constrangida e desrespeitada”, defende vereador osasquense

Após as polêmicas geradas pelo depoimento da médica, a Câmara de Osasco aprovou uma Moção em Apoio à Nise Yamaguchi. Na ocasião, o autor da proposta, vereador Délbio Teruel (DEM), declarou que, em seu depoimento, a defensora da cloroquina “foi constrangida e desrespeitada durante a CPI da Covid”.

“É uma mulher, médica, que foi convidada a ir depor na CPI. Independente do que estava sendo discutido, qual a posição dela, favorável a tratamento precoce ou não, ela precisa ser respeitada. Alguns senadores passaram do limite”, defendeu o parlamentar.

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Já a vereadora Juliana da Ativoz (PSOL) discordou: “Tem uma diferença muito grande entre ser desrespeitada e ser questionada dentro de uma CPI que vai investigar 500 mil mortes no nosso país”.

“A gente precisa pensar na ciência, o que a ciência está falando. Seria a mesma coisa que questionar para um secretário de Esportes qual a diferença entre um campo e uma quadra”, avaliou a vereadora sobre o questionamento feito por Otto Alencar à médica.

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