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Opinião – Decepcionante o trato do Estado com a educação

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Por Flaudio Azevedo Limas (PT),
vice-prefeito de Itapevi/SP e diretor estadual da Apeoesp

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 Quando imagino que não há nada mais a ser feito para piorar a educação no Estado de São Paulo, me surpreendo com ações decepcionantes e alarmante do Governo do Estado de São Paulo comandado por tucanos há mais de 20 anos. Neste início de ano, cerca de três mil salas de aula foram fechadas, o que acarretou em superlotação que obriga estudantes a procurarem escolas mais distante de suas residências. Há salas com 45, 50, 60, 70 e até 85 alunos matriculados, enquanto que o ideal seria, no máximo, 40 estudantes.

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A notícia da superlotação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo do dia 11 de fevereiro. Segundo reportagem, na Escola Estadual Veridiana Camacho Carvalho, no Jardim Brasil, zona norte da capital, alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) estudam em carteiras que ficam espremidas em salas pequenas, com pouca ventilação. Parte dos estudantes tinha de ficar no corredor. Havia turmas com 80 alunos. “Eu não consegui ficar e fui embora”, reclamou o marceneiro Eduardo Luiz de Oliveira, de 55 anos, que estuda à noite. “Não dá para prestar atenção com aquele tanto de gente”, disse ao jornalista Victor Vieira.

Não há condições de oferecer conteúdo para uma turma grande. Gasta-se um tempo significativo dos 45 ou 50 minutos de aula para fazer a chamada, sem falar do desconforto e da falta de mobilidade. A qualidade fica totalmente comprometida.

Sou professor e sei da importância de se conhecer os alunos, suas necessidades educacionais e auxiliá-los. Quanto maior o atendimento individualizado, melhor será o resultado de aprendizagem. E isso é impossível praticar em turmas com mais de 40 estudantes.

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Alguns estados brasileiros, como Amazonas, já contam com lei que determina o limite de alunos por turma, sendo 30 alunos por sala de aula no ensino fundamental e 35 no ensino médio. E lá o governo do estado trabalha continuamente para atender as metas.

Para complicar ainda mais a situação do estado, o quadro de professores na rede estadual de ensino caiu em mais de cinco mil profissionais, segundo dados do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

Por estes e muitos outros motivos, que comprovam a ineficiência do Estado em gerir a educação com qualidade, nós, professores da rede estadual de ensino, vamos participar de Assembleia no dia 13 de março, às 14 horas, no Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista. Se nossas reivindicações não forem atendidas, vamos à greve.

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