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Osasquense demitido após viralizar em protesto contra Bolsonaro consegue novo emprego

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Enfrentei nazistas disfarçados de manifestantes, diz osasquense que esteve na Av. Paulista em defesa da democracia
Émerson foi cercado por manifestantes apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que faziam gestos obscenos, proferiam palavras de ofensas contra ele e gritavam “mito” / Foto: reprodução

Emerson Vitalino, conhecido como Emerson Osasco, conseguiu um novo emprego depois de ter ficado desempregado com a viralização de vídeos que mostram ele encarando apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante protesto.

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Diretor da Gaviões da Fiel, torcida organizada que iniciou os protestos antifascistas no estado, Emerson Osasco participava da manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, dia 31 de maio, quando foi cercado e xingado por apoiadores de Bolsonaro. Enquanto era atacado, o osasquense, vestindo uma camiseta com a foto do ativista negro Malcolm X, ergueu o punho em gesto semelhante ao símbolo do grupo de ativistas norte-americano Panteras Negras.

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“Enfrentei nazistas disfarçados de manifestantes na Av. Paulista. Eles têm ódio e querem eliminar meu povo. O tempo de ficar calado acabou. Aqui é BRASIL e o racismo não será tolerado, será combatido”, escreveu Emerson nas redes sociais.

No dia seguinte, ele, que é programador e desenvolvedor de software, estava trabalhando em home office quando recebeu uma ligação de um diretor da empresa para a qual prestava serviços, a multinacional mexicana Softtek, com filial em Barueri, dizendo que estava dispensado.

O osasquense afirma que o diretor falou ao telefone que o motivo seria sua participação no protesto. “Meu contrato era de seis meses e eu só recebia elogios pelo meu trabalho”, declarou, em entrevista ao Uol. “Ele (o diretor da empresa) acabou falando que foi porque eu estava na Paulista e mencionou um vídeo que eu tenho com o Lula”.

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Emerson Osasco declara que vai processar a empresa por perseguição política. “Ficou evidente para mim que foi por causa disso”. A empresa nega que a dispensa dele tenha tido motivação política.

Após a demissão, o osasquense recebeu o apoio de diversos defensores dos protestos antifascistas, como o influenciador digital Felipe Neto, que usou seu perfil no Twitter para tentar ajudá-lo a conseguir um novo emprego.

“Amigos, o gigante Emerson Osasco foi DEMITIDO um dia após ter resistido contra os fascistas na manifestação. Ele é programador, desenvolvedor de software, mora em Osasco. Tenho certeza de que empresas de SP vão querer contratá-lo. Certo?”, postou Felipe Neto.

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Com o apoio recebido, Emerson Osasco conta que recebeu diversas propostas de recolocação profissional. “Foi uma enxurrada de mensagens de pessoas querendo ajudar, mostrando vagas em startups e empresas de consultoria”, afirmou, ao Uol. No novo emprego, ele afirma que trabalhará para uma consultoria que vai pegar o projeto de uma fintech irlandesa.

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