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Padilha: “Tiraremos do papel o que o PSDB não fez em dez anos”

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"Hoje, quem mais sofre com o racionamento que já existe é exatamente a população mais pobre", diz candidato do PT
“Hoje, quem mais sofre com o racionamento que já existe é exatamente a população mais pobre”, diz candidato do PT

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O candidato do PT ao governo do estado, Alexandre Padilha, intensificou a campanha na região com caminhadas nos últimos dias. Na segunda-feira, 4, ele esteve no bairro do Munhoz Júnior, em Osasco, e na semana passada foi ao calçadão de Carapicuíba.

Em entrevista exclusiva ao Visão Oeste, Padilha falou de seus projetos para a região, como as implantações do Bilhete Único Integrado, de escolas semelhantes aos Centros Educacionais Unificados (CEUs) e de estratégias para a segurança pública e para evitar uma nova crise da água no estado.

Padilha ressaltou que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB), que tenta reeleição, “já faz o racionamento, só não assume”.

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“Em quatro anos, tiraremos do papel aquilo que o PSDB, nos últimos dez anos, não realizou de obras para aumentar a produção de água no estado”, disse o petista. Confira os principais trechos da entrevista abaixo:

 

Visão oeste: Quais os seus principais projetos para a região?

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Alexandre Padilha: Para ampliar as oportunidades de emprego e de renda para essa região, tem questões fundamentais que precisam ser resolvidas.

Toda vez que você tem dificuldade para as pessoas andarem de uma cidade para a outra, se deslocarem para o local do trabalho, do estudo, para se qualificarem profissionalmente, você reduz a capacidade das pessoas de aproveitarem as oportunidades.

Então, tem uma questão central que o governo do estado pode resolver, que é a modernização dos trens da CPTM, pegar o recurso que o governo federal já colocou disponível e, de fato, fazer estações mais modernas, transformar o trem da CPTM em um padrão de ser ágil, confortável, como já foi o Metrô, e criar um Bilhete Único Integrado, o cidadão que pegar trem, metrô, ônibus, em toda a região metropolitana só pagar uma passagem apenas, com desconto, ficando mais barato o transporte na região metropolitana.

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“Governo do estado deixou bandidos tomarem conta da segurança”

A segunda questão fundamental para ter mais oportunidades de emprego para essa região é melhorar a qualidade da educação na rede pública estadual. Vamos acabar com a aprovação automática que existe hoje.

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As crianças vão ser avaliadas e se não estiverem bem avaliadas, vai ter sala de reforço. O que não pode é a criança ir passando sem aprender.

Vamos criar nas áreas mais carentes, escolas de qualidade, como os CEUs, da [ex-] prefeita Marta Suplicy (PT) na Capital, com ensino médio, cultura, atividades esportivas. E trazer mais escolas técnicas, ensino profissionalizante, para as cidades.

E, junto com isso, melhorar o dia-a-dia da vida das pessoas. Fazer um grande programa habitacional, trazer o Minha Casa, Minha Vida com mais força [para o estado].

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Recentemente foram registradas chacinas em Carapicuíba. Também têm crescido os índices de roubos na região. A que atribui o aumento da violência e quais suas propostas para a área?

O governo do estado de São Paulo deixou os bandidos tomarem conta da segurança. Algumas penitenciárias se transformaram em escritórios administrativos das grandes facções criminosas. E o governo do estado não teve a postura de integrar as ações das forças policiais. São Paulo tem o maior efetivo de policiais militares, um dos maiores da Polícia Civil, os municípios têm suas Guardas Municipais, Metropolitanas, e não há integração entre elas.

 “Quem sai mascarado é porque não está com boa intenção”

Iremos integrar, criar uma grande força integrada de ação entre guardas civis dos municípios, Polícia Militar, Polícia Civil, para que você se antecipe aos crimes, tenha presença maior da polícia defendendo as pessoas, nas comunidades. E que apresente uma postura de ir atrás dos bandidos respeitando as pessoas, que não trate de forma preconceituosa um jovem só porque ele é negro…

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Como avalia a atuação da PM durante protestos realizados no estado? Como seria a postura da polícia com o senhor no governo?

Eu fui uma liderança da juventude. Nós conquistamos a maior vitória política que a juventude já teve, que foi sair às ruas e chegar a derrubar um presidente [Fernando Collor de Mello], de forma democrática. Nunca tivemos a postura de danificar o patrimônio público, privado, ou ter qualquer tipo de atitude violenta.

Defendemos nossas ideias de cara limpa, sem máscara, e praticando a paz. Abomino qualquer tipo de violência, qualquer postura de danificar patrimônio público, privado. E quem sai mascarado é porque não está com boa intenção.

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“Vamos criar escolas de qualidade, como os CEUs”

Isso não dá direito do governo do estado de buscar criminalizar os movimentos sociais, populares, de moradia… muitas vezes o governo do estado é leniente com vândalos, que ficam quebrando durante horas o patrimônio público e privado nas cidades, e faz questão de descer o porrete, descer, como diria Valeska Popozuda, o ‘tiro, porrada e bomba’ no movimento popular.

Então, teremos uma postura de muito respeito com as pessoas que defendem direitos, de moradia, dos estudantes, dos trabalhadores, e não vamos permitir qualquer tipo de atitude violenta, de quebrar o patrimônio público. Vamos ter também uma postura de negociação permanente, sobretudo com os servidores públicos.

O que pensa sobre a ideia de desmilitarização da PM?

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O que eu defendo é que se mantenha as polícias do jeito que elas são, mas haja uma força integrada dessas polícias, não só com as guardas municipais, mas também com a Polícia Federal.

Para acabar com a facção criminosa, tem que ter cooperação com a Polícia Federal, tem que sufocar financeiramente a facção, proteger as divisas do estado. Defendo que haja cada vez mais cursos de formação, que juntem policiais civis, militares. Tem que ter trabalho conjunto das polícias e não disputa entre elas.

Sobre a crise da água, avalia que o governo do estado já deveria ter iniciado um racionamento?

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O racionamento já existe na prática. Desde dezembro a cidade de Campinas não recebe água da Sabesp todo dia. Guarulhos, desde fevereiro teve redução, na periferia de Carapicuíba, Osasco, Itapevi, Jandira, Barueri, Cotia, tem diversos bairros onde falta água dia sim, dia não, ou de a água não chegar durante a noite.

O governo do estado já faz o racionamento, só não assume. O governo do estado durante dez anos poderia ter feito as obras, que tinha alerta para realizar, nenhuma delas saiu do papel e hoje quem mais sofre com o racionamento que já existe é exatamente a população mais pobre.

Há ainda empregos que deixam de ser criados pela indústria porque a indústria começa a temer, de investir mais, ampliar a produção, que não vá ter água para realizar suas atividades.

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E quais seus projetos para evitar novas crises hídricas?

Nós faremos, em quatro anos, tiraremos do papel aquilo que o PSDB, nos últimos dez anos, não realizou de obras para aumentar a produção de água no estado. Nós temos de fazer captação em outros pontos.

A região metropolitana da Capital e a região metropolitana de Campinas não podem depender apenas do Sistema Cantareira. Vamos fazer obras que peguem outros pontos do estado. Vamos reforçar a transposição, a interligação, entre as represas que temos, para que se pare de chover numa região a outra possa suprir.

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“Governo do estado já faz o racionamento, só não assume”

Vamos também ampliar o tratamento do esgoto no estado. Eu era ministro do [ex-] presidente Lula quando nós abrimos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), para que os municípios obter recursos para fazer obras de tratamento de esgoto e muitos municípios fizeram. O governo do estado não ampliou o tratamento de esgoto.

Temos também de ter políticas de reutilização da água da chuva. O PT já faz políticas em municípios onde empresas têm incentivos tributários para reutilizar a água.

Recentemente foi anunciada a ampliação do horário de funcionamento do Metrô em dias de jogos de futebol em São Paulo. Há um projeto de um deputado do PT para que o serviço funcione 24h. O senhor tem planos de ampliar o horário de funcionamento do transporte público?

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Defendo, e faremos uma parceria, do Metrô, CPTM, EMTU, dos municípios, para que tenhamos, em dias específicos, pode ser de sexta ou sábado à noite e dias de grandes eventos, a possibilidade de as pessoas circularem depois da 0h.

Com a dificuldade de o senhor decolar nas pesquisas até o momento (tem cerca de 5% das intenções de voto, segundo o Ibope), chegou a ser especulado que o peemedebista Paulo Skaf (11% das intenções de voto) já é tratado como um plano B no PT para um eventual segundo turno contra o tucano Geraldo Alckmin (50%). Como avalia a questão?

Isso é boataria. Nunca vi o PT tão animado, tão unido, em torno de uma candidatura, como a nossa, a do senador [Eduardo] Suplicy, a da presidenta Dilma. A nossa é a única campanha que está na rua, que junta mais de mil pessoas em caminhadas todos os dias nas regiões metropolitanas.

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E pesquisas são fotografias de momento. Todo mundo já viu essa história, de o candidato começar lá embaixo, sobretudo um candidato desconhecido, como eu, que cresce ao longo da campanha.

A campanha começou agora, estamos tendo a oportunidade de conversar nas ruas, apresentar propostas. Teremos depois do dia 19 a campanha na TV, temos o envolvimento do [ex-] presidente Lula, da presidenta Dilma. Então, estamos muito animados.

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