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Perfil – Dona Maria e o melhor hot-dog do país

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Maria Aparecida Pereira da Silva venceu o Festival do Cachorro-Quente / Foto: William Galvão

William Galvão

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Maria Aparecida Pereira da Silva venceu o Festival do Cachorro-Quente / Foto: William Galvão
Maria Aparecida Pereira da Silva venceu o Festival do Cachorro-Quente / Foto: William Galvão

Após ficar entre os 30 melhores lanches na primeira edição do festival do cachorro-quente, realizado no ano passado, a dogueira osasquense Maria Aparecida Pereira da Silva, de 56 anos, conquistou o primeiro lugar como o lanche mais saboroso do país no festival realizado dia 25 no Calçadão.

Casada, deficiente física e mãe de dois filhos, dona Maria comemorou 19 anos de profissão no último dia 4 de maio.

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Ela conta que no início dos anos 1990 a onda de desemprego que rondava o Brasil atingiu sua família, deixando o marido sem renda para o sustento da família.

Na época, a Prefeitura de Osasco dava início às primeiras medidas de incentivo ao trabalho voltado a pessoas com  algum tipo de deficiência. Esse foi o caminho até Maria instalar sua barraca no Calçadão da Antônio Agu e virar chefe da família.

 “Amigos me disseram que dava para eu trabalhar mesmo sendo deficiente, e deu!”

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“Eu lembro que alguns amigos me disseram que dava para trabalhar mesmo sendo deficiente. E deu! Fui até a Prefeitura, conversei com as pessoas que precisava conversar e comecei aqui”, diz.

Para a dogueira, não é apenas o sabor que conta. “Os clientes querem comer um cachorro-quente saboroso, mas também querem uma barraca limpinha, bem higiênica, bom atendimento. Não adianta nada ser gostoso se não tem essa combinação”, explica.

Com os R$ 5 mil reais da premiação, Maria vai investir em uma pequena reforma da sua casa. “Eu não tinha planos de reforma, mas esse dinheiro me deu a ideia”.

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Uma das dificuldades, não só para Maria Aparecida, mas para os deficientes de maneira geral, são as questões de acessibilidade.

“Antes era impossível andar de cadeira de rodas aqui no Calçadão. Com a reforma deu uma melhorada, cada esquina tem uma rampa. Só acho que está faltando aumentar o número de vagas para a gente”, afirma. Maria dirige um veículo adaptado e, às vezes, demora uma hora pra conseguir estacionar.

Além de ser responsável pelo melhor cachorro-quente do país, Maria tem despertado a curiosidade das pessoas e até já ganhou fãs. “Só hoje vieram três pessoas de longe, que viram na internet, pra experimentar o meu dog. Uma mulher trouxe a família lá da Capital e disse que vai indicar pra todo mundo”, conta.

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Aos interessados, o hot dog da Maria Aparecida custa apenar R$ 3, completo.